Ano: 1988.
Produção: USA.
Direção: Clive Donner.
Ao longo do filme vai se passando a dualidade entre a devoção e o ódio pela religião. Isso sempre torna motivos para discussões entre o meio social e a família, também a criação de conflito interno no próprio ser que carrega esta “cruz”.
Quando existe uma libertação dessa devoção é como se fosse um total alívio da obrigação de satisfazer o desejo do outro e não de si. Inicia-se então a descoberta de um mundo fora dos portões da religião (pois ela de certo modo enclausura), um novo olhar coberto de maravilhas e curiosidades.
Daí em frente à busca de uma decisão futura, um próspero casamento com a liberdade, com si e com o outro que há tanto para ensinar e também aprender. Mas não somente para o bem de si, mas também para o bem da sociedade e da família, que na época era por parte dela este casamento feito de arranjo. Felicidade de quem certamente vai ganhar muito com isso: o dote.
Mas como sempre, nem na história de Romeu e Julieta a coisa deu certa, a negação por este casamento arranjado e a escolha de um amor que quase proibido floresce entre uma jovem prometida e um rapaz devoto às lições de Deus, que entre seus alunos e a igreja tinha um aprendizado regulamentado e a igreja o comandava como um fantoche.
Dualidade1: afastamento/atração em comum.
Dualidade 2: sentimento de amor/sentimento de culpa.
Dualidade 3: mente/corpo.
Completamente envolvido de dúvidas, medos e desejos. Um “ser ou não ser” bastante confuso para a mente que tem somente indicações para um só mandamento.
Como é um amor distante de desejos e o medo toma conta, o relacionamento é persistido pela moça que por determinadas situações do meio e do próprio rapaz tenta fazer com que este se apaixone.
Uma observação interessante: não conseguindo por bem, consegue-se por mal. Exibido no filme a cena em que ela destinada a ter este homem, prepara um feitiço de cheiro, que envolve a pessoa quando sente aquele odor quase impossível de não sentir.
Nota: Acredito que naquela época, ainda os feitiços independentes de boticários ou feitos pela própria pessoa com ervas, enfim, qualquer tipo de feitiço existente a pessoa era dita como bruxa e o castigo para isso não era muito agradável.
O que ao mesmo tempo este amor cai aos encantos e assim se faz jus à relação carnal, sentimentos que são brotados no âmago do ser amado, acontece que mesmo este amor ser algo desejado existe também a peste social*.
Se entregar a um amor verdadeiro? Ou perder isso para sempre e viver na solidão com um Deus não presente e um módulo social hipócrita?
Tudo e todos começam a criar ódio e intriga diante desde amor que é descoberto pelo mal social.
Pode um amor viver eterno assim? No meio de tanto rancor e ódio?
O mundo pode cair, o ódio tentar prevalecer sobre um afeto, mas frutos deste afeto podem ser criados com amor e dedicação em liberdade. Como pode, que por vingança este amor é destruído, enclausurado, castrado e morto. O corpo se perde, mas o amor sempre será lembrado, além das estrelas e longe do meio destruidor e mesquinho.
Amores como este não acabam, vivem sob a dedicação daqueles que o presenciaram, viveram e ajudaram. Amar é sentimento vivo que nunca vive em duvida de si, mas sim a dúvida existe no coração daqueles que o invejam. Olhos e corpos que desconhecem essa magia.
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