"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Criando, Cuidando e Convivendo com Portadores de TDAH.


Denis, O Pimentinha - Desenho dos anos 80 inspirado em criança com TDAH (Pobre Sr. Wilson!!)

Ao longo dos anos e em 10 anos de trabalho como psicóloga, analisei o parâmetro de como existe uma grande quantidade de adultos e crianças portadores de Déficit de Atenção e Hiperatividade.
Na verdade, não existem somente as regras básicas de diagnóstico de pessoas com o transtorno, mas acredito que cada pessoa tem um comportamento mais acentuado que outros. As diferenças entre crianças e adulto não ficam tão distantes, a diferença está nos ambientes: Escola e Trabalho.

Os principais sintomas em ambas as situações são:

• Distração (parece que está sempre “voando”, não presta a atenção necessária para os assuntos).

• Memória (principalmente a falha, sempre esquecido, por muitas vezes querer se comprometer em muitos assuntos acaba se perdendo, costuma perder seus objetos).

• Estresse (por querer “abraçar” muitos compromissos e não conseguir executar todos ao mesmo tempo, irrita-se com muita facilidade).

• Impulsividade (fala e age muito sem pensar).

• Impaciência (não sabe esperar o seu momento, geralmente também é portador de TOC (balança os pés, as pernas, mexe ou troca objetos de lugar etc).

• Tem dificuldade de realizar suas tarefas (geralmente ficam inacabadas, principalmente por serem muitas e todo o tempo precisam ser lembrados).

• Desempenho intelectual (é dito que o TDAH tem uma QI inferior por não conseguir acompanhar aulas, palestras).**
Estes principais sintomas encontrados em crianças e adultos, mas durante muitos anos esse parâmetro não mudou dentro dos livros de psicologia e psiquiatria, que também por muitos anos o TDAH era tratado com medicamentos como a ritalina.
Em atendimentos psicoterapêuticos realizados em crianças e adultos, pude constatar que os principais sintomas tiveram algumas modificações, mas que foram ignorados pelas linhas psicológicas e assistências. Um erro que constatei como sendo grave é o desempenho intelectual, pois, a partir do momento que isso é implantado na sociedade como uma conseqüência, o portador fica marcado para o resto da vida com um ser sem expectativas profissionais.

Avaliação através de testes.

Aplicando testes como Bender, QI e subtestes de WAIS (compreensão, semelhança, vocabulário, armar objetos, matemática) em crianças hiperativas, constatei que ao final dos resultados obtidos, existia uma porcentagem alta de crianças com desempenho exemplar e de bom entendimento ao teste aplicado (não foi preciso repetir as informações referentes ao teste). Apenas 2 casos foram demonstrados um baixo rendimento*(1).

Pode-se pender a atenção da criança e do adulto sabendo apresentar o sentido fundamental do material trabalhado. Não mostrando seu lado mecânico e saturado, mas sim, transformando em uma brincadeira (no caso infantil) e acrescentando a boa e velha troca. Os adultos compreendem a necessidade do trabalho executado e não relutam ou se negam a fazer o teste, sabendo que em muitas das vezes é um benefício próprio como, por exemplo, no ambiente de trabalho, melhoria de desempenho e memória.

Conclusão: O desempenho intelectual pode ser alto e não necessariamente crianças e adultos possuem deficiências psicológicas ao ponto de destruir seu status dentro do meio sócio-cultural.

Como trabalhar em consultórios com crianças hiperativas?

Em grande parte dos casos, as crianças portadoras de TDAH são frutos de conflitos familiares, genéticos e até mesmo problemas com álcool e drogas durante o período gestacional da mãe.
É unânime que em todos os casos de crianças muito “bicho carpinteiro”, os pais são separados, estão sempre em conflito conjugal deixando espalhar pelo ambiente social e familiar, pais que trabalham muito e não aproveitam seu tempo de lazer com os filhos, crianças que são crianças com outros parentes permissivos como os avós. Estas crianças são grandes problemas para os pais que não sabem lidar com seus filhos e acreditam que o problema seja inteiramente causado pelo meio ou a mãe acaba sedo a maior culpada. Na verdade, quem deveria estar primeiro em consulta são os pais para uma avaliação psicológica sobre o entrosamento com a criança e conjugal. Logo após é iniciado uma avaliação da criança com relação o seu entrosamentos com os pais, familiares e a escola.
O diagnóstico na maioria dos casos é a terapia familiar, mas muitas famílias se recusam a este tipo de tratamento por acreditar que o problema é única e exclusivamente da criança (mas como se a criança não é um ser independente dos pais?). Então para que o psicólogo não seja discriminado ainda mais por sua avaliação psicológica é dada a largada para o atendimento infantil que pode ser um meio de atingir a atenção dos pais para um problema familiar e não único.
O caso de adultos com TDAH tem consciência do problema, mas se recusam a serem atendidos, pois graças ao modelo social implantado é considerado louco e incompetente o ser humano que necessita de cuidados médicos especiais. Em outros casos em que o adulto se predispõe ao atendimento, tem consciência do bem estar que irá obter.

** Existem muitos casos de Crianças e Adultos com TDAH com um QI bastante diferenciado. Isso torna-se mais que um problema, pois a sociedade cobra mais por ser mais inteligente que a maioria e naturalmente não deveria ter algum tipo de desvio no intelecto. Grande erro...







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