"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Podolatria



Observamos que os estudos mais contundentes e efetivamente importantes sobre fetichismo em suas várias formas deram-se nos últimos anos do século XIII : inicialmente o psicólogo criador dos testes de QI, Alfred Binet ( Le Fetichisme dans L`Amour - 1887 ) utilizou o termo "fetichismo" no contexto conhecido hoje, paralelamente à publicação em 1886 do livro Psychopathia Sexualis do neurologista alemão Richard von Krafft-Ebbing, que lançou os termos sadismo e masoquismo. Tudo posteriormente coroado pela obra do médico Sigmund Freud, com a criação da sua monumental teoria psicanalítica.Tivemos algumas incorporações às idéias originais, porém o que efetivamente chamamos hoje de fetichismo não sofreu alteração durante esse um século que nos separa dessas definições.

Por outro lado, a sociedade alterou-se profundamente : a célula mater da sociedade, a família, sofreu mudanças profundas na sua apresentação e formato ; novas formas de comunicação - principalmente o hiperespaço e a cybercultura - apresentaram-se e em curto período de tempo implantaram-se indelevelmente nesta mesma sociedade já rofundamente alterada.

Mas... o que modernizou-se ao falarmos de "fetiche" ? Vemos o mesmo enfoque vitoriano ao tratarmos do presente assunto. O mesmo olhar enviesado, o mesmo "não importar-se"... E o fetiche - e várias de suas implicações - entrou aos poucos no mundo social, principalmente pela porta "fashion", apresentando-se, pela mão de artistas inovadores, em toda sua pujança. O couro incorporou-se definitivamente, o formato sadomasoquista passou a frequentar as casas, as ruas, as escolas e as festas, os outdoor... Mas ainda se fala em voz baixa sobre o amor aos pés.

Em pesquisa pessoal efetuada no ambiente da internet brasileira, catalogamos cerca de cinco mil e-mails cadastrados em listas específicas para tratar do assunto podolatria. Deixamos na presente pesquisa de contar os acessos brasileiros a listas em outras línguas, em número também significativo em relação aos demais fetichistas relacionados.

Observamos porém não estar em igual situação a quantidade de páginas e sites dedicados ao assunto podolatria. Enquanto que em primeira instância - busca utilizando apenas o termo chave - foram detectadas cerca de seiscentas páginas fetichistas ligadas a BDSM, conseguimos efetuar um levantamento de 130 páginas sobre podolatria, muitas das quais indisponíveis, ou apenas internas de outros sites BDSM.

Os números não acompanham o crescente universo de podólatras... o que justifica isso ?

Levantamos várias hipóteses, a principal das quais descrevemos a seguir :

O podólatra é em geral alguém que tem profundo "pejo" de seu fetiche; é alguém que apesar de saber de seus fortes desejos internos, os considera "errados", "infantis", e os oculta até de si mesmo. O libertar-se desse "medo" é demorado, em geral doloroso e assustador ( como, aliás, mudar qualquer paradigma social ). Na cabeça do podólatra, encontrar uma parceira que compreenda, e goste do mesmo que ele é algo próximo de uma missão impossível. Portanto, sua "tara" deve ficar sempre oculta... não se manifestar jamais. Isso implica em não procurar seus pares, em não se expor, não dizer suas preferências e desejos, e deixar de usufruir seu prazer, enfim.

Junte-se a isso o pavor de ser confundido com outros fetichistas : uma vez que o ato da podolatria em geral é confundido - e inúmeras vezes mesclado - com a submissão dos adeptos de BDSM ( e a grande maioria observada dos podólatras não é adepta de tais práticas ), torna-se "difícil" aceitar-se como podólatra, pois esse termo traz aos "leigos" toda uma carga próxima das práticas sadomasoquistas. É digno de nota a referência em diversas situações de podólatras confessos dizerem : "mas não sou submisso, não. Só gosto de pezinhos".

Contrariamente ao costumeiramente dito nas listas de discussão - de que a adoração aos pés femininos estar ligada a atos de submissão - verificamos existir vários indivíduos Dominadores no meio BDSM com preferência confessa por pés femininos.

Notamos ainda dificuldades várias para os iniciantes aproximarem-se - e conseqüentemente adentrarem sem maiores percalços - do universo fetichista podólatra. Os termos usados pelos frequentadores de listas e chats é em geral em inglês, dificultando ainda mais o acesso àquele indivíduo não familiarizado a tais termos. Até pela situação detectada e exposta acima, os podólatras quase não trocam informações entre si. Ao "iniciante" - e mesmo ao não tão iniciante assim - é dificultado até o acesso a seus próprios pares (aqueles que detém a informação), e deixam de repartí-la. Mais uma vez, e também nesse ambiente que deveria ser exclusivamente dedicado ao prazer, detectamos que "Informação é poder".

Se a quantidade - e a qualidade - dos sites de imagens - particularmente fotografias - de pés femininos é grande, o mesmo não ocorre com artigos sobre o fetiche, bem como com pés masculinos. Não encontramos sites que consolidem adequadamente várias informações sobre as práticas que envolvem o fetiche podólatra.

Temos, porém, uma boa quantidade de relatos sobre o que representa individualmente o fetiche, e dentre esses relatos é grande a colocação de que o fetiche proveio da infância, ou pré-adolescência.

Mas, mesmo com as ponderações acima, ainda não conseguimos identificar totalmente o que "cala" virtualmente os podólatras. Não no ambiente virtual, pois ao pesquisar-se o efeito, descobre-se a causa. A resposta estava fora.

Ao buscarmos literatura que trate do fetiche "podolatria", defrontamo-nos com material mais escasso do que os estudos voltados às parafilias em geral. De texto base, dentre autores "consagrados" e tidos como válidos para uma pesquisa científica, localizamos em alemão um livro de FREUD, e pequenas inserções em outros livros (ver bibliografia), e então somente literatura de relatos, em geral em primeira pessoa.

A partir dessa busca do embasamento teórico baseado em pesquisa bibliográfica, começamos a verificar tratar-se de um "anel de moebius" : não existe literatura apropriada porque ninguém escreve - pois pressupõe-se que alguém escreva sobre o que conhece, e o assumir-se fetichista "em geral" não é bem quisto no meio científico - , e ninguém escreve porque não existe literatura apropriada para embasamento teórico... A solução encontrada foi a de escrever relatos de experiência - em geral própria - , esses sim inquestionáveis.

Um aspecto sintomático desta falta de tratamento do assunto é o fato de passado quase um século continuar a não haver entre os poucos autores que abordaram a temática, sequer concordância na disputa entre a origem, genética ou adquirida, do comportamento fetichista. Por outro lado será de referir que a pesquisa em sexualidade não é obra fácil, a pesquisa em ambiente controlado como o laboratório nunca trará resultados realistas e a genética ainda é uma ciência nascente.

Em todo o caso, tudo parece indicar que a podolatria e outros fetichismos ligados aos membros inferiores vai entrando aos poucos, como acima se refere, no mundo social e nas correntes mais usuais da sexualidade (designada por 'baunilha' no mundo BDSM). A menos que se de algum profundo retrocesso sócio-cultural, porventura devido a repressão de origem política, cremos que os podólatras acabarão por se libertarem aos poucos das suas correntes, do mesmo modo que a comunidade gay e mais recentemente a comunidade BDSM. De facto, é importante referir que o BDSM, ate há bem pouco tempo (inicio dos anos 90) era considerado ainda pela Sociedade de Psicologia Americana no seu DSM III ("Diagnostic Statistic Manual", o manual de referencia primário no campo) como uma "desordem psicológica". A classificação tinha ares de profunda hipocrisia, porquanto as fantasias BDSM eram sancionadas como "aceitáveis", ao passo que a sua realização daria ao pobre amante direito a manicômio. Felizmente, os grupos de pressão BDSM, bem como as atividades de terapeutas bem mais abertos e inteligentes, levaram a que no DSM IV a comunidade BDSM seja já aceita de outro modo, exceto nos casos em que as fantasias colidem e perturbam a vida quotidiana. Mas acreditamos que a tendência da comunidade psicológica será no sentido da aceitação destas variantes sexuais.

O aparecimento da internet, bem como de periódicos dedicados a podolatria (e.g. a revista americana Leg Show), tem feito muito pela divulgação, auto-aceitação e liberação de inúmeros podólatras. Mas cremos que ainda é apenas uma fração da sociedade que tem acesso a tais meios. Quantos casos escondidos, quantas oportunidades perdidas, quanta vida desnecessariamente limitada. A editora da revista Leg Show, Diane Hanson, grande divulgadora da podolatria, refere (vd. Brame, Brame & Jacobs) mesmo receber quase semanalmente cartas de agradecimentos de leitores que contemplavam o suicidio e que passaram anos em terapia apenas por desejarem beijar um pé feminino e não ousarem confessa-lo, sequer aos próprios cônjuges. Tal eh a intensidade das forcas do conformismo sexual. Isso leva ao isolamento do individuo e a um ciclo que resulta muitas vezes na depressão. E ai esta também a justificação por detrás da fraca auto-estima que muitos podólatras e fetichistas têm sentido até bem recentemente. O puritanismo subjacente à cultura originária do ocidente, em especial dos EUA, que invade o mundo através da chamada globalização, não parece de molde a facilitar a liberação. E aqui reside uma tensão da qual conviria todo o podólatra ou fetichista estar consciente. Pois as mesmas forcas da globalização parecem ser muitas das vezes também as forças hipócritas do conformismo e da repressão puritanas. A sensação de renascimento e de liberação quando um podólatra confessa a sua preferencia e é aceito por quem o rodeia ou descobre a presença de outros com preferências similares é única. Seria ótimo que mais podólatras pudessem renascer deste modo.

Quando aprenderemos a aceitar o fetiche como uma dadiva, que permite ao fetichista aceder a formas de prazer que sao negados ao nao-fetichista? O ambiente é rico, os desejos são claros, o caminho está aberto... quem ousará dar o primeiro passo - científico - em direção aos pés?

16 comentários:

  1. adoro chupar pe e cheirar tambem e otra coisa tambem gosto muito de cheurar qualquer tipo de cançado feminino isso me leva o orgasmo isso é normal

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  2. Santa Rosa do Viterbo - SP



    Eu me chamo Samya Cristina, tenho 28 anos, morena, católica, sem vícios.
    Venho por meio desta, solicitar uma ajuda:

    Estou namorando já 5 anos, gosto muito do meu namorado, ele é tudo para mim, ele participa da Igreja, um rapaz sem vícios.
    Só tem um porém, duas vezes por semana, ele pede para mim, deixar cheirar o meu pé, pois, ele gosta, ele sente uma sensação muito agradável, fica calmo demais
    Isso desperta nele, o desejo sexual, pois, eu deixo ele fazer isso, já que ele gosta, não vejo nada demais, acho isso natural, ou estou errada.
    Eu acho é uma forma de mostrar amor, carinho, afeição, e tudo mais.

    Gostaria de saber se é normal, é natural, ou, estou fazendo alguma coisa errada.

    Eu acho natural o que ele faz, gosto até demais.

    Me ajude, por favor.

    Obrigado.
    samya_rcristina@hotmail.com

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    1. Normal se vc e ele se sente bem é coisa do casal e se vc nao sabe seu namorado é um podolatra ele tem fetiche por pés bjs eu tb sou e adoro beijar os lindos pés da minha esposa.

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  3. Sou podolatra, porém gostaria de me curar disso, pois há muitas mulheres que não aceitam isso, umas falam que sentem cocegas, outras falam que isso é coisa do demonio.
    Tendo em vista, que há casos que só de olhar para os pés de algumas mulheres eu sinto nojo delas por achar os seus pés feios, eu as acho bonitas pelos pés e não pela sua afeição. Isso é normal?
    O que eu faço? Pois não resisto a um pé feminino.
    Onde, ou que época de nossas vidas isso começa a dominar a vida sexual?

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  4. Eu sou podolatra tenho 16 anos estudo em uma escola particular e estou namorando.Nao tenho coragem de dizer que gosto de pes para a minha namorada pois nao sei qual seria a reação dela.Fico maluco so de pensar como seria beijar e cheirar os pezinhos lindos dela.

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  5. Ver também
    Mini-tratado de podolatria: http://pesdeafrodite.blogspot.com.br/2013/11/mini-tratado-de-podolatria.html

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  6. Sou podolatra tive a oportunidade de me sentir aceito conheco muitas pessoas assim hj em dia me relaciono vou nos encontros sem nenhuma vergonha .e tenho um lado submisso tb .e em todos relacionamentos com mulheres que nao conhecem sempre falo que sou. Hj nao vejo problema algum em dizer

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    1. po cara tdu que eu queria eh achar um encontro podolatra é tipo se sentir no meio de pessoas que tem o mesmo tipo d desejo e emfim , a gente assim parece que eh meio izolado dos outros ;/

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  7. Oi, meu nome é Andressa, namoro a 1 ano e 6 meses. Meu namorado ama meus pés, cheira, beija, lambe e tudo mais e eu aceito. Eu achava que ele gostava dos meus pés só, porém eu descobri que ele fica olhando pra qualquer pé pela rua e que procura imagens na internet também, eu confesso que fiquei com ciúmes e que ate surtei um pouco. Mas enfim, eu gostaria de saber se isso é normal de um podolatra ?

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    1. Perfeitamente normal. Um podolatra é simplesmente fascinado por pés, quanto mais melhor. Pense que ele está só se satisfazendo ao ver fotos. Na minha visão, tá tudo bem ele ver fotos e pés de outras na rua, afinal, é natureza dele. Claro que até um ponto que ele não lhe traia para satisfazer tais desejos.
      Bjoos e cuide bem desses pézinhos!

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  8. Sou homem podólatra, mas o meu desejo se concentra em pés masculinos. Claro que, como qualquer podólatra, não é qualquer pé de homem que eu gosto. O pé do cara tem que ser macio, cheiroso, as unhas bem cortadas e bem cuidadas, não gosto nem um pouquinho de chulé e muito menos de coisas mais nojentas, como fungos, calcanhar rachado, excesso de pele morta, etc. Sim, pô, não é porque é homem que tem que ter aquele pé nojento de ogro. Pelo contrário, acho lindo um pezinho masculino bem limpinho e bem cuidado (e quando eu falo pezinho eu me refiro a um pé macio, bem lavado, bem cuidado... não há um cara com um pé 38, não gosto; tem que ser de 40 para cima).

    Enfim, não vim aqui falar do meu fetiche, mas sim perguntar qual a origem desta tara, hein? A primeira vez que eu me peguei sexualmente atraído pelos pés de um homem foi aos 7 anos, olhando os pés descalços de um peão bonito e jovem que estava dormindo na pausa-almoço numa construção próxima de casa (me pergunto como será que ele está hoje, se está vivo, se está bem... ele era tão bonito, nunca apaguei completamente a imagem dele da minha memória). Especificamente, o desejo de um homem pelos pés de outro homem... qual a origem disto?

    Ah, eu sou bissexual, também me relaciono com mulheres, mas, no caso delas, os pés não me causam qualquer reação - a menos que sejam muito lindos, pés de princesa mesmo. Mas eu não evito uma mulher cujos pés não sejam lindos... já um cara, ainda que seja muito bonito, se tiver pés feios e nojentos, eu recuso.

    E aí, alguém sabe me responder?

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  9. Sou mulher bem feminina, gosto de mulheres e principalmente dos pezinhos delas!! Parte que mais me atrai. Mas não tenho sorte: nunca encontrei moça que gostasse de ter os pés adorados por mim...E as mulheres em geral, têm muita sensibilidade nos pés!! Então por que a podolatria entre lésbicas ainda é tão difícil e raramente é comentada??? Aff...


    Rosielly Thayse

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  11. procuro mulher com belos pés 35/37 de 23 a 35 anos,apara relacionamento serio,preferencialmente de pele morena clara ou branca , sou podolatra e submisso,quero uma rainha que saiba mandar

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  12. Tenho 16 anos e amo adoro pés femininos . Nunca toquei em um , sinto muita vontade , só de falar da arrepios . Já disse isso pra uma menina que fiquei e ela falou que tem agonia , e não contei nem pra minha namorada pq ela acharia estranho . Quero tanto um pe . -_- estou no terceiro ensino médio . Qualquer MENINA que quiser me ajudar chama zap : 6492035570

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