"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







terça-feira, 29 de março de 2011

A Série Band Of Brothers


Sei que ando desfocada do propósito do blog, mas ultimamente tenho estado bastante ocupada e dentro do quesito psicologia não tem saído muitas idéias da cabeça.
Mas para não deixar tanto a psicologia fora, estou passando para vocês uma maravilha de série que terminei de assistir a pouco tempo.
E pq não falar de psicologia??Podemos sim! A guerra sempre causa trastornos, loucuras sem limite e agonia para quem suportou o peso absurdo de ter feito parte de combates sem descanso, sem trégua e muito menos sem ter esperança de retornar aos seus lares e famílias vivo ou morto, inteiro ou pela metade.
A guerra nunca foi boa para nenhuma parte no fim das contas quem sai ganhando? O governo? O país? Sim, pq como disse Michael Moore no filme 11 de Setembro, fazendo uma pesquisa entre os ministros, pq não deixam seus filhos se alistarem para defender o país e voltar com seqüelas e temores da guerra? Aguém se prontificou? Bem, assista o filme e saberá.
Mas voltando a série de Tv da HBO que de uns tempos para cá tem se mostrado muito melhor do que qualquer WB, Sony etc.
O que eu não sabia foi que existe um livro, antes da série ter sido feita, comprei o livro graças ao meu amigo vendedor Ruy, da Livraria Guttenberg que sempre aparece com ótimos livros alimentando meu estilo literário e me enchendo de dívidas. rs  E, ao ler partes soltas do livro me deparei com um relato do autor Stephen Ambrose, descobri que este era historiador e expert da 2º guerra, fora que foi vizinho de alguns soldados que sobreviveram e contribuiram para algumas partes do livro. Na série, mostra alguns destes heróis. Fantástico!!

Bem, vamos ao que interessa!
Sinopse:
A Easy Company, 506.º Regimento de Infantaria Pára-Quedista do Exército Norte-Americano, foi uma das melhores companhias de fuzileiros do mundo. Band of Brothers é o relato sobre os homens dessa unidade que combateram, passaram fome, sofreram com o frio e morreram. Uma equipe que teve 150% de baixas e considerava a medalha Purple Heart um distintivo. Baseando-se em horas de entrevistas com sobreviventes, bem como nos diários e nas cartas dos soldados, Stephen Ambrose conta a história desse notável grupo, que sempre recebia as missões mais difíceis, sendo responsável por tudo, do salto de pára-quedas na França nas primeiras horas da manhã do Dia D à captura do Ninho da Águia, a fortaleza de Hitler em Berchtesgaden. De seu rigoroso treinamento na Geórgia, em 1942, ao Dia D e à vitória dos Aliados, Ambrose teceu uma narrativa primorosa, com riqueza de detalhes, sobre as características dos soldados de infantaria de elite, transcrevendo no decorrer da obra as próprias palavras e depoimentos dos combatentes, o que dá mais veracidade à trama.


Crítica:
Produzida por Steven Spielberg e Tom Hanks (que tb produziram The Pacific), Band of Brothers mostrou em 10 episódios a história real dos soldados do primeiro esquadrão de para-quedistas da história do exército americano, que saltou na Normandia no Dia D (tb tem o livro do Stephen) e lutou contra os nazistas na Europa até o fim da II Guerra Mundial. Tudo pontuado por depoimentos dos veteranos sobreviventes reais (embora só seja relevado quem é quem no episódio final).

Uma minissérie que prima pela perfeição técnica, superior até mesmo à grande maioria dos filmes de grande orçamento sobre o tema. A gente se sente dentro da guerra. E não apenas pela riqueza na direção de arte, que recriou a Normandia devastada, cidades holandesas destruídas e até o Ninho da Águia, residência de verão do Hitler. Não apenas nas imagens impressionantes do salto de pára-quedas que acompanhamos na visão do Winters. No sentimos dentro da guerra porque todo o roteiro, direção e elenco nos levavam a fazer parte daquele grupo de homens que só tinham a si mesmos para confiar naquele situação extrema.
Nós rimos com as palhaçadas de Bill Guarnere e George Luz. Respeitamos a liderança e serenidade de Dick Winters ou do Sargento Lipton. Vibramos com o capitão louco e machão Speirs (interpretado por Matthew Settle bem diferente do que conhecemos de Gossip Girl). Viramos amigos de Shifty, Malarkey, Buck, Bull, e vários outros. E claro, sofremos muito quando vimos vários deles morrerem ou perderem membros sob o horror dos ataques a uma floresta belga.
Band of Brothers carrega tanta força para nos absorver naquele mundo, que fomos capazes logo de cara a odiar o Ross de Friends! Ok, na verdade não era o Ross, e sim o David Schwimmer como o isuportável Tenente Sobel, mas vale lembrar que Friends ainda estava no ar na época que o livro foi feito e a série estava no ar (2001), e não era fácil detestar o cara. E conseguiram.
A minissérie, tanto pelo seu orçamento quanto pela sua produção impecável, estabeleceu um novo parâmetro para produções voltadas para a TV. Se hoje em dia muito do que é feito na televisão tem o mesmo nível de exigência técnica e artística de grandes filmes de Hollywood, as obras da HBO têm grande parte da “culpa”. E Band of Brothers é o ápice disso.
Afinal, se Band of Brothers fosse um filme, seria o melhor filme de guerra de todos os tempos. E em um gênero que já nos brindou com Patton, A Ponte do Rio Kwai, O Resgate do Soldado Ryan, Platoon e Nascido Para Matar, isso não é pouca coisa. Aproveitem que o Box anda baratinho e vejam. Não conheço ninguém que tenha achado a minissérie menos que magnífica.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Homenagem à Elizabeth

Minha lembrança da beleza eterna de Taylor q conseguiu imortalizar tb minha bela Cleópatra.
Ontem após chegar do trabalho, entrei na net e me deparei com uma notícia muito triste.
Apagou uma estrela, uma amante dos animais, cuidadora dos doentes, mãe coragem, mulher apaixonada, escrava das jóias e intolerante aos vícios.
Não sei se para alguma pessoas se lembraram dela por seus filmes, por seu olhos violetas ou por seus 8 casamentos?! Uma incógnita.
Lembro como Cleópatra, foi a primeira vez que a conheci quando assisti ao filme em 1984, quando passou na televisão.
Sempre fui apaixonada pelo cinema, sempre me apaixonei pelos atores, é estranho como sempre tive essa tietagem dentro de mim como uma adolescente que suspira pelos lábios de Brando, deseja a classe de Dietrich, suporta as loucuras de Garbo e imitava o sorriso de Taylor.
Como psicóloga não vejo mal algum ter esse prazer diante da tela e trabalhar o ego com as estrelas. Elas tb trabalham seus egos inspirados em outros.
Elizabeth era a beleza, a paixão, o glamour, a sutileza e o sonho de toda mulher, por ter amado e ter sido amada tantas vezes.
Ide em paz, querida...Te vejo qq dia por aí e quem sabe vc pode me dar uma altógrafo e um sorriso.

terça-feira, 22 de março de 2011

Burlesco, Uma Arte.



Bettie Page

sensuais e “brincalhonas”, sempre sorridentes, vestidas deslumbrantemente com figurinos muito femininos e que vão desde uma pin-up dos anos 50 a divas de Cabaret. Para estas sedutoras, nem a idade e nem as formas “avantajadas” são um problema. Pelo contrário: brincar com o corpo, movimentá-lo sensualmente o tempo todo faz parte do show, que agita os curiosos e espectadores que, por incrível que pareça, também são mulheres encantadas com tanta beleza e sensualidade.
Tudo isso é o Burlesque. Um verdadeiro espetáculo de feminilidade e sedução. O termo “Burlesque” ou “Burlesco” provém do latim “burrula” que significa brincadeira, burla, farsa. Surgido nos antigos salões de música do século XIX, o Burlesque era um espetáculo encenado com o intuito de satirizar a sociedade e seus costumes através da paródia.
O começo: Grã-Betanha

O burlesco em sua tem suas origens nos music halls da Grã-Bretanha do século 19, onde o termo se referia ao entretenimento teatral de uma forma cômica de se curvar. Começou em 1840, as sátiras de comédia burlesca entretinham as baixas e médias classes fazendo graça (ou “burlescando”) de óperas, peças e hábitos sociais das classes mais altas. Em 1860, mulheres nuas e com belas formas foram inseridas para manter a audiência interessada. Na idade Vitoriana, onde mulheres direitas optavam por grandes comprimentos de roupa para esconder seus físicos debaixo de babados, a idéia de moças aparecendo no palco em apertadas prendas foi uma grande emoção.
1860: exportado à América

A britânica Lydia Thompson foi a primeira estrela burlesca e foi fundamental na exportação do estilo à América. Em 1860 sua troupe burlesca – As British Blondes, ou “loiras britânicas – se tornou na maior atração teatral de New York. Seu primeiro hit foi Ixion, uma paródia mitológica que continha mulheres em colãs reveladores fazendo papel de homem. Mulheres nuas interpretando agressores sexuais, combinando grandes figurinos com uma comédia insolente – numa produção, imagine vocês, escrita e dirigida por uma mulher, impensável!


Lydia Thonpson


Explosão burlesca

O sucesso de Lydia lançou uma explosão burlesca. Mabel Saintley se tornou a primeira estrela americana nativa. A partir de essa data, o burlesco foi uma mistura de ator de comédia masculino com uma perna de mulher à mostra com música e dança. Era bem monótono comparado com a atualidade – mas um pouco de perna naquela época levava a audiência à loucura. Na França eles tinham seus próprios métodos no qual o cancan e os espetaculares music halls como o Folies Bergére e o Moulin Rouge.
Começo do século 20

Na primeira metade do século 20 os shows burlescos floresceram nos dois lados do Atlântico. Na América, editoriais e sermões condenando o burlesco como “indecente” só tornou o estilo mais popular e os teatros burlescos estouraram através dos EUA. A maior estrela burlesca do século 20 foi Millie DeLeon, uma atrativa morena que atirava suas ligas para a audiência e ocasionalmente abandonava o uso de colas. Tantas travessuras a deixaram presa em algumas ocasiões, que ajudaram a dar ao burlesco uma reputação obscena. A partir disso, dançarinas de burlesco eram como a versão vitoriana de mulheres de jogadores de futebol. Fora dos palcos, elas tinham uma presença ornamental, provocando socialites bem-nascidas e até a realeza, desse modo transgredindo sua origem de classe operária. Adornadas de maneira supérflua eram a arma perfeita para escritores como Jean Cocteau e Oscar Wilde.
O nascimento do strip-tease

Em 1920, filme e rádio estavam caindo na popularidade burlesca. Então o strip-tease foi introduzido como uma oferta desesperada que de alguma forma, o filme e o rádio não podiam fazer. De fato, o strip-tease esteve aí desde o final do século anterior. Então, promotoras do burlesco tiraram o strip do baú e o puseram nos palcos. As stripers tinham uma fina linha entre titilação e decência, que podiam colocá-las na prisão por corromper a moral pública. Logo, as stripers foram denominadas burlescas, e sua rotina se tornou crescentemente explícita. Para evitar a nudez total, mas ainda dando à audiência o que ela queria, as moças tapavam as virilhas com cordas frágeis e algo para tapar os mamilos. Isso era suficientemente o bastante para evitar o ataque da polícia. Mas agora os homens iam aos shows burlescos para ver mulheres fazendo strip. A comédia não era mais a atração chave. Quanto mais as garotas tiravam, mais a audiência gostava. Numa época onde o medo por um escândalo pessoal e doenças sexuais eram preocupantes, o burlesco estava relativamente a salvo. Estrelas dessa era eram a dançarinas Sally Rand e Gypsy Rose Lee.

Década de 20: a repressão

Enquanto a popularidade do burlesco aumentava, também acontecia o mesmo com as criticas. Na metade da década de 20, a depressão da América começava. Empresários burlescos contavam com seus advogados, que sempre vinham com brechas legais por mais de uma década.
Garotas nuas em Londres

No começo de 1930, Laura Henderson abriu um pequeno teatro em Londres, o Windmill. Ali, ela lançou um initerrupto show de variedades com cantoras, dançarinas, showgirls, e números especiais. Logo, virou um sucesso. Mas quando Laura decidiu imitar o bem-sucedido Moulin Rouge e colocar garotas nuas no palco, o negócio explodiu. Ali foram concedidos suntuosos shows com temas de nu com temas como sereias, índias, etc. Garotas Nuas chegou à Grã-Bretanha e o teatro havia se tornado mundialmente famoso. A maioria dos clientes do teatro Windmill eram famílias, tropas de guerra assim como celebridades, que vinham como convidados de Laura, incluindo a princesa Helena Victoria e Marie Louise (a filha e a neta da rainha Vitória). Elas seriam o ocasional problema com clientes masculinos, mas a segurança estava sempre ali para olhar por comportamentos impróprios. A história desse famoso clube foi imortalizado no filme Mrs. Henderson Presents, com Judi Dench e Bob Hoskins.

1940

Foi a década das pinups. Hollywood estava emergindo em uma imagem sexy e glamorosa que devia muito ao burlesco, com mulheres de chapéu esparsos, malhas e colãs de arrastão, dançarinas de fan (leque de penas), garotas cancan e uma multidão de saltos altíssimos. Com isso vieram as sereias sexys do cinema como Betty Grable (que na época fez um seguro de um milhão de dólares para duas pernas). Apesar da depressão dos EUA, as revistas masculinas com títulos como Peep Show, Eyeful e Cavalcade of Burlesque continuaram a manter o burlesco vivo. Clubes noturnos contrataram estrelas para dançar em seus clubes e uma nova forma de burlesco em clubes havia emergido. A maiores estrelas burlescas americanas como Gypsy Rose Lee, Sally Rand e Georgie Sothern formavam suas próprias companhias e faziam tournês pelo país com suas showgirls e levou o estilo de dança hollywoodiano às massas. Novas dançarinas surgiram com figurinos e coreografias mais elaborados. Tal como Lili ST.Cxyr, que impressionou audiências com seu banho de espumas no palco, e Evangeline, a Garota Ostra.
1950

Essa década foi o ponto máximo do glamour em Hollywood. A forma feminina era celebrada na grande tela como nunca antes. Seios voluptuosos e grandes quadris eram a coisa. O corset teve um retorno dramático. Com Marilyn Monroe em cena, sua mistura de comédia com “tiração” de onda deve muito ao velho estilo burlesco.
E no cenário burlesco mundial, Monroe tinha até seu próprio imitador – Dixie Evans – que mostrou muito mais do que Marilyn mostrava enquanto dançava com Joe di Maggio (marido de Marilyn) fictício. Também foi a década de Bettie Page, uma garota pinup que estrelou em inúmeros filmes burlescos – Striporama (1953), Varietease (1954), e Teaserama (1955).

1960

Pornografia explícita se tornou facilmente disponível e o homem não mais precisava de stripers para alimentar suas fantasias. Os poucos shows burlescos restantes tinham um pornô leve. A era do amor livre e nudez deixou a arte do strip-tease redundante e fora de moda. No burlesco começou um leve e longo declínio.
1970 a 1990

Em um mundo onde o sexo está por toda parte, o burlesco ficou totalmente extinto. Na América, somente Las Vegas manteve o glamour vivo com suas exóticas showgirls tipicamente em topless adornadas com plumas, lantejoulas e arrastões. Na Europa o Mouling Rouge se tornou a atração principal, embora sua programação era geralmente para música disco (quem diria!!)
O renascimento

Na metade dos anos 90, uma nova geração nostálgica pelo espetáculo e glamour dos velhos tempos nasceu, e foi com o retrocesso contra o “já-vi-tudo” da pornografia, que renasceu a ate da provocação. Agora com os clubes burlescos surgindo de todas as partes do globo e Dita Von Teese se tornando a primeira super-estrela do gênero, o burlesco está de volta! Vida longa ao burlesco!

Dita Von Teese




domingo, 20 de março de 2011

Fuck Music!

Sim! O nome é esse para quem quer ouvir um som enquanto faz um streaptease, faz amor, está em algum momento íntimo com seu/sua companheiro(a), ou serve até para o início de um jantar romântico!!Apesar de algumas músicas combinarem com a primeira opção seguida da segunda...bem, esqueça o jantar!!! (Desculpem, mas hj não estou nada psicóloga), isso é chamado fetiche ou apenas para  esquentar a relação com algo que proporcione prazer, tanto aos ouvidos quanto aos olhos. Não importa o dia, hora, semana, mês, quem, quando, onde e por que? Importa que seja feliz, curta seu amor e faça sexo seguro, ao som das melhores (bem, pelo menos eu acho!).
Bem, então vamos a nossa inusitada lista?
Prepare o Torrent ou o Emule e compre um dvd virgem para gravar.

1- Light My Fire, The Doors (Gloria, tb é uma boa pedida).
2- Faith, George Michael. (trilha sonora do filme Lua de Fel)
3- Justify My Love, Madonna.
4- Super Sex, Morphine.
5- I Just Want to Make Love to You, Etta Jones.
6- Sex (I´m a), Lovage.
7- A trilha sonora INTEIRA de 9/1 Semanas de Amor, sem tirar nem pôr.
8- Dengue Woman Blues, Jimmie Vaughan.
9- After Dark, Tito & Tarantula.
10- Fever, interpretada por Elvis Presley.
11- Your Latest Trick, Dire Straits..
12- I Touch Myself, The Divinyls.
13- Angel, Massive Attak.
14- Why Don´t You do Right, Jessica Rabbit (Sim! do Filme Uma Cilada pra Roger Rabbit).
15- Where Life Begins, Madonna.
16- Get Off, Prince.
17- More, The Sister of Mercy.
18- Flow, Sade.
19- She Goes Down, Mötley Crüe.
20- Falling in Love, Aerosmith.
21- Ain´t Quite Right, Cd solo do Paul Stanley, do Kiss.
22- Persephone, Cocteau Twins.
23- Whisper, Morphine.
24- In the Air Tonight, Phil Collins.
25- Lil´ Devil, The Cult. (Libertine tb é ótima!)
26- Fox Lady, Jimmy Hendrix.
27- Dark Secret Love, H.I.M.
28- Dzisiaj Mne Kochasz, Jutro Nienawidzisz, Sweet Noise.
29- Excess, Tricky.
30- Mercy in you, Depeche Mode.

Por enquanto é só pessoal!
Acabei ouvindo tantas músicas que uma hora terei de fazer outro set list. Preparem-se!
Bom Final de Semana para todos!

sábado, 12 de março de 2011

A Neurastenia - conhecida como Fadiga Depressiva


Em 1899, o pintor Ramon Casas já sabia o mal que os séculos viriam experimentar.

Neurastenia literalmente significa debilidade nervosa e por muito tempo houve tendência a associá-la à fadiga, ou ainda, atribuir a ambas à mesma causa, ou seja, o excesso de esforço que provoca a debilidade física e mental.
No entanto, percebe-se que em muitos neurastênicos o dispêndio de energia com objetivos físicos ou intelectual não era excessivo e que distúrbios emocionais iniciavam a síndrome e não o esforço físico.
Esta primeira abordagem da neurastenia vem desde Freud na classificação das neuroses e dos distúrbios de ansiedade e hipocondria. Para Freud, a etiologia das neuroses estava associada a forças físico-químicas e não psicológicas. considerava que os sintomas da ansiedade estava vinculado a práticas sexuais anormais ou perturbações sexuais que impediam a descarga de tensão sexual, e esta tensão contida produziria os sintomas físicos e mentais.
O conhecimento que se tem atual sobre a fadiga e outros desconfortos a ela associados são expressão de vários tipos de perturbação emocional, podendo ser o resultado de tensões conscientes. Já quanto mais distantes das preocupações conscientes, mas os sintomas neurastênicos se aproximam das conversões e do diagnóstico de histeria.
A atual ênfase às interações humanas tende a associar a neurastenia nos tempos atuais, a distúrbios na área das relações interpessoais, de maneira mais evidente do que em outras neuroses.
Dessa forma, fica mais claro os significados de algumas declarações de pacientes quando comentam que “estão cansados”, que pode significar um sentimento de impotência frente a situações frustradoras provocadas pelo meio social, ou ainda, reclamações de dores no corpo, como uma expressão de que está sendo muito difícil suportar determinada carga de responsabilidade sem encontrar proteção ou apoio, e assim por diante.
Atualmente o termo neurastenia e o diagnóstico com essa nosologia é muito mais raro, pois é difícil precisar seus limites no contexto das neuroses e de outras doenças mentais.
A síndrome neurastênica caracteriza-se pelos seguintes sintomas:
•fraqueza
•fadiga física e mental
•sensações dolorosas
•pressão na cabeça
•parestesias
•dificuldade de concentração
•dificuldade de memória
•insônia
•irritabilidade
•desconforto físico generalizado
•distúrbio em algum órgão específico, especialmente perturbações gastro-intestinais

Percebe-se dessa forma que a neurastenia aborda diversos sintomas característicos de muitas doenças e que em seu conjunto permite formar uma síndrome com debilidades físicas e mentais.










sexta-feira, 4 de março de 2011

O Uso da Camisinha



Mesmo que muitas coisas já tenham sido ditas sobre o seu uso, as pessoas ainda são resistentes a fazerem da camisinha um hábito.

Ninguém vem com um rótulo de segurança máxima, assim, mesmo em relações consideradas estáveis, seu uso é fundamental na prevenção de várias doenças sexualmente transmissíveis, pois mesmo quando não há sintomas visíveis, são potencialmente contagiosas. É certo que AIDS não tem cara. Se antes havia grupo de risco, hoje não há mais. Atualmente o maior grupo de risco existente é aquele que se acredita imune.

Temos por hábito esquecer que o parceiro tem passado e que as doenças têm janelas imunológicas. Não podemos deixar de lado as consequências do sexo desprotegido. Esse é um assunto de saúde pública. Há dúvidas sobre quem batizou a camisinha. Há quem acredite que o nome condom é devido a uma homenagem ao Dr. Quondam, que com bastante sucesso em 1685 inventou uma camisinha com tripa de animal. Outros dados históricos mostram que o nome vem do latim (condus) que significa receptáculo.

O certo é que a camisinha não é uma invenção nova. Aparece na história da sexualidade antes mesmo de Cristo. Já foi feita de linho, de pele, intestino de diferentes animais e de bexiga de cabra. A camisinha de tripa de boi, por exemplo, foi usada até 1870, quando foi fabricado o preservativo de borracha pelo inglês Charles Goodyear: grossos, reaproveitados, pouco aderentes, desiguais e caros. Pouco tempo depois, no final do século 19, o látex surgiu, permitindo um aspecto mais fino e confortável, parecida com as que são utilizadas hoje em dia. Na década de 60, acabou em desuso pela invenção do anticoncepcional oral feminino, mas em 90 ele retorna devido à epidemia de AIDS. Vale lembrar que as doenças venéreas recebem esse nome devido à crença antiga de que era um castigo da deusa do amor, Vênus.

A forma de preservação contra elas mais conhecida e utilizada é o preservativo de látex masculino capaz de formar uma barreira física entre o pênis e a vagina. Eles podem ser lubrificados ou revestidos de espermicidas. Existe uma variedade de marcas, tamanhos, cores e texturas. Com ele, diferentemente dos outros métodos, os homens podem se encarregar na prevenção de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e gravidez. Como é um método de anticoncepção ocasional, seu uso pode ser interrompido em qualquer momento. Não apresenta efeitos colaterais hormonais e há homens que garantem que ela ainda ajuda a controlar a ejaculação.

Há também a opção da camisinha feminina: uma bolsa de plástico com um anel leve e flexível em cada extremidade, que se adapta à vagina, resguardando o colo do útero e genitália externa. Assim como a masculina impede a passagem do esperma pelo do trato genital feminino e deve ser usada somente uma vez.

É mais cara do que a masculina e vem em embalagem com duas unidades e sua eficácia na prevenção de DSTs e gravidez é menor do que a camisinha masculina. As vantagens no seu uso são que a camisinha feminina pode ser posta antes da relação sexual e não precisa ser retirada imediatamente após a ejaculação. Não é feita de látex, é mais resistente e para mulheres que se queixam de alergia a camisinhas masculinas essa pode ser uma alternativa.

Independentemente de amar e ser amado, é preciso ter carinho consigo e usar camisinha. Ao compartilharmos afeto é essencial a prevenção de qualquer mal. Sexo inconsequente e sem segurança é irresponsabilidade com o outro e consigo.

É preciso deixar de lado o preconceito, e entender a necessidade da conscientização e democratização do seu uso. Sexo é responsabilidade e saúde. E para isso, algumas coisas não podem ser deixadas de lado.

E lembre-se: camisinha é descartável. Sua vida não.







quarta-feira, 2 de março de 2011

A Continuidade Terapêutica e a Desistência do Sintoma - Caso de Valores e Compromissos



Tenho a semana pensando nas pessoas que continuam a terapia para dar um fim ou pelo menos aliviar a existência do sintoma.
A psicologia é completamente diferente da medicina. Por isso que as regras existem e tem de ser executadas, assim esperamos, a risca:
Se a sessão é iniciada em uma determinada hora em que foi estabelecida ela será cumprida. E o fim dela cabe o mesmo, mas podemos fazer um pequeno atropelo quando observamos que o assunto serve de margem para a próxima sessão.
Caso o paciente não possa comparecer a sessão marcada, é preciso que desmarque com pelo menos 24 horas de antecedência. Caso contrário, será cobrado o valor da sessão como se tivesse sido utilizada. (é esta parte do processo em que o paciente resiste).
Um livro do autor Antônio Quinet intitulado: "4+1 lições em Análise", recomenda o capítulo: Capital e Libido, que considero o melhor, pois foi bem estruturado de acordo com o ensino de Jaques Lacan.
" O paciente paga pelo seu sintoma. Ele paga o que o terapeuta estipulou, analisando o trabalho que lhe foi feito".
E é verdade! Quantos pacientes que necessitam de tratamento e quando dizemos o preço para o alívio do sintoma e mesmo que o analisante não tenha condições diz que foi tão bom o trabalho que acha desmerecedor abaixar o valor.
Isso acontece.
Acontece também pacientes que tem completa noção do sintoma e desistem do tratamento devido o valor ou acha que não vai dar certo. Bem, não vai dar certo para ele que deu o primeiro passo e recuou achando que seu caso não tem jeito. Isso é triste, pois existe uma certa falta de confiança no trabalho e em sí próprio, achando que nunca irá se livrar da situação.
Eu particularmente tenho algo a seguir: eu negocio com o paciente quanto vale seu sintoma. Claro que tenho um valor fixo, mas vendo que o paciente precisa de tratamento e não tem condições de pagar o capital, iremos a negócio.
Acho um verdadeiro absurdo companheiros de trabalho que não são capazes de arredar um centavo se quer de seu serviço. Aonde está a Ética???Quem não leu o juramento???. Acredito que o ser humano pode e deve ter um tratamento digno e bem qualificado dentro de suas condições sociais e físicas.
Casos a parte, há também pacientes que marcam, não aparecem e quando ligamos para saber o que aconteceu e infelizmente dar a má notícia de que terá de pagar pelo serviço que não se prestou nem para ligar e desmarcar, este por sua vez sente-se ofendido. Não retorna ligações, não paga etc. É complicado ser psicólogo também, pois assim como devemos pisar em ovos para dar notícias e tapas da realidade, somos também cobradores mal compreendidos. Como a maioria não trabalha com plano de saúde, os pacientes acham que nosso valor é alto demais para os que dizem: "bate-papo", o que deixa a situação defasada, pois bater papo não é a questão e sim, um ser que estudou e se qualificou durantes anos para ajudar e compreender o outro não é algo desqualificado. Os planos de saúde pagam quase que simbólicamente para qualquer profissional. Se estes profissionais não tivessem cadastro nos planos cada consulta equivale ao valor entre R$150,00 à R$ 250,00. Imagine pagar isso toda semana que tiver de ir ao médico? O paciente não sente o peso no bolso porque paga um plano e pode utilizar o quanto quiser, sem mais nem menos por isso.
Na psicologia as regras são simples, pois ao contrário da medicina, vc marca o seu horário no consultório e nunca é atendido no tempo determinado, fora o que você não paga na entrada por causa do plano, você paga na saída com a receita médica e o coquetel de medicamentos.
Acabei fazendo deste artigo um desabafo, mas no fundo é o que a maioria dos profissionais de saúde tem em mãos e o que por muitos anos isso já existia.
Então, lhe pergunto: Quanto vale o seu sintoma? Quanto acha que o serviço de um psicólogo vale para que seu sintoma seja controlado, dissipado ou pelo menos aliviado? É algo a se pensar.
Seguir as regras também ajudar, principalmente a se sentir melhor, entender o controle e sejamos sinceros, seu bolso agradece.