"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







sexta-feira, 5 de novembro de 2010

O Diabo Veste Prada


Ontem, conversando com a amiga psicanalista, Paula Muniz, sobre as amizades e as disavenças da vida, ela me apresentou um video de uma psicanalista que apareceu na GNT, chamado Jorge Forbes. Só vi um trecho dele intitulado, sucesso.
Ao terminar o video, o primeiro filme que me veio a cabeça foi O Diabo Veste Prada. E vc me pergunta o por quê se o filme fala de moda e relacionamento profissional e amoroso?
Não, não há só isso! Não há somente Anne Hathaway as voltas com a poderosa Meryl Streep na pele de Miranda Priestly, uma mulher firme, determinada, seca e severa consigo mesma e quem estiver diante de seus óculos Luiz Del Prada.
Falemos aqui sobre o Sucesso.
Neste filme, mostra a vida de uma jornalista que já tentou de tudo e não conseguia um emprego descente, até que consegue na revista de moda, Runway. Ela tem amigos, um namorado e frequenta bares e festinhas, uma vida normal e sem muito luxo, discreta, mas com sede de vencer.
Ao deparar com a estrutura sádica e psicótica de Miranda, ordenando isso e aquilo de seus empregados, se vê a beira de mais um futuro fracasso na área do seu desejo. Com alguns conselhos do grande Stanley Tucci, ela tenta buscar a atenção da chefe para seu trabalho e a determinação de vencer e progredir dentro dele. É aí que o comentário de Jorge Forbes entra em cena.
" O sucesso afasta as pessoas, assusta e lhe deixa angústiado".
Anne, começa a entrar no esquema do emprego, aprende moda, boa vestimenta para certas ocasiões, começa a progredir e ter a atenção de Meryl. Mas, ao fundo deste grande cenário de felicidade e corre-corre, seus amigos e seu namorado se afastam dela, pois não tem mais tempo para bares, encontros e aniversários. Isso não é que ela esteja muito atarefada para dar atenção, mas sim, a inveja dos que vivem a sua volta.
A inveja da progresso, do sucesso, do bom salário, do sorriso de alívio e da atenção de outros. Ser feliz próximo daqueles que não tem um campo de visão mais amplo do mundo, traz o afastamento, a discórdia e a inveja.
Ela se angustia.
Ela, as duras penas fica entre o sucesso no trabalho e os companheiros que não compreendem porque ela não tem mais tempo, viaja e está sempre elegante. Mesmo que aquilo não tenha sido o sonho dela desde muito tempo, mas é satisfatório. O sonho é a ponte para a consciência e o desejo.
Meryl não é uma pessoa totalmente angústiada e durona com ela somente, mas a vida a fez assim e, ela faz isso para que seus empregados cresçam também, assim como ela teve de crescer para ser o que ela se tornou: uma mulher rica, poderosa e inteligente. Mas como é super bem sucedida, perdeu esposos, amigos, vive no silêncio de seu escritório em sua residência observando todas as noites a Boneca. Porque não há mais nada o que fazer. Continuando a dizer: o sucesso assusta as pessoas e elas se afastam. É triste, mas infelizmente é verdade e aos poucos, os laços de Mario Quintana se transformam em nó. E aí, meu caro, não há muito o que fazer. Ou você desiste de tudo para ficar ao lado daqueles que te "amam" como fez Anne e vá trabalhar em um jornal local ou continue às voltas com sua chefe tomando Pastis* e observando pela janela as luzes de Paris.

O que você deseja para a sua vida?

* Bebida francesa a base de Anis.

Um comentário:

  1. Dra. Lilian mais uma vez texto excelente que enfoca os dias de hoje , nesse maratona de escolha que temos que fazer todos os dias.Mas se você me permite dizer esse filme não fala só de sucesso e sim de adaptação até que ponto um ser humano vai para se adequar ao se ambiente.Se permitir vou contar uma cena que vi outro dia que me fez pensar sobre isso, perto da minha casa existe uma casa abandonada, sem nenhum tipo de estrutura(água encanada,gás e luz), simplesmente abandonada, mas na verdade ela não está abandonada, existem pessoas que moram nela, exclusive crianças, aí você olha e reflete, eu como pessoa que tenho algum tipo de conforto e segurança no lar, paro para pensar em que ponto aquelas pessoas chegaram para estarem ali.Em que tipo de sociedade vivemos, onde pessoas moram amontoadas em meio ao lixo.Não quero entrar em qrandes questões só dizer que em algumas situações da vida temos que nos adaptar a coisas que normalmente são impensáveis.E outra questão desse filme que me chama muita a atenção até que ponto o ser humano se vende para chegar a algum lugar, no caso da Miranda(meryl streep), ela fez uma escolha que prejudicou um amigo e colocou uma pessoa que para ela era um desafeto numa posição importante na revista, para manter a posição dela na revista.Então, fica a questão qual é seu preço??

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