"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







quarta-feira, 25 de abril de 2012

Transtorno de Personalidade Anti-Social





Como se caracteriza ?

Pelo padrão social de comportamento irresponsável, explorador, sem remorsos. Essas pessoas não se ajustam às leis simplesmente por não quererem, riem-se delas, frequentemente têm problemas legais e criminais por isso, nem assim se ajustam. Frequentemente manipulam os outros em proveito próprio, dificilmente mantêm um emprego ou um casamento por muito tempo.
Aspectos essenciais

  • Insensibilidade aos sentimentos alheios
  • Atitude aberta de desrespeito por normas e regras e obrigações sociais de forma persistente e
  • irresponsável.
  • Estabelece relacionamentos com facilidade, principalmente quando é do seu interesse, mas
  • dificilmente é capaz de prolongá-los.
  • Baixa tolerância a frustração e facilmente explode em atidudes agressivas e violentas.
  • Incapacidade de assumir a culpa no que fez de errado ou de aprender com punições.
  • Tendência a culpar os outros ou defender-se com raciocínios lógicos porém improváveis.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Sexualidade e Corporalidade - Seguindo os passos de Reich: Origem social da repressão sexual e o irracionalismo fascista

1º publicação



Nos importantes centros que formaram a opinião pública da Europa em 1930, o direito de milhões de pessoas à felicidade terrena não foi encarado como evidente por si mesmo. Nem sua falta foi encarada como digna de discussão (Reich, 1991).
A sexualidade humana há milhares de anos vive na obscuridade: uma vida falsa e ulcerosa. O assassinato de origem sexual, os abortos criminosos, a agonia sexual dos adolescentes, a destruição dos impulsos vitais das crianças, a pornografia, a exploração dos anseios humanos por amor por uma vulgar industria consumista. A avaliação social e moral da sexualidade humana estava nas mãos de homens e mulheres sexualmente frustrados.
Qual a origem da repressão sexual? Biológica, como afirmada por seguidores de Freud? Malinowski respondeu a esta questão ao apresentar seu trabalho sobre a vida sexual dos "selvagens" da ilha de Trobriand, provando ser a repressão sexual de origem social e não biológica. Os habitantes da ilha viviam em uma sociedade matriarcal, as crianças desconheciam a repressão sexual, desenvolvendo-se naturalmente. Sua sociedade ignorava as perversões sexuais. O casamento monogâmico voluntário não-compulsivo, que pode ser dissolvido a qualquer hora, prevalece como forma social de vida sexual. Em uma oura ilha próxima, uma tribo vivia um sistema patriarcal e possuía todas as características das neuroses européias.
A repressão sexual é de origem econômico-social e não biológica. Sua função é fundamentar uma cultura patriarcal e autoritária para a escravidão econômica. Esta era patriarcal tentou manter sob controle os impulsos anti-sociais por meio de proibições morais compulsivas, desenvolvendo, assim, uma estrutura psíquica que pode ser dividia em três extratos:
- Superficial: usando uma máscara de autocontrole e polidez compulsiva.
- Inconsciente freudiano: no qual o sadismo, avareza, sensualidade, inveja, perversões de toda sorte são mantidas sob controle, manifestando-se como um "vazio interior";
- Profundidade: onde existem e agem a sociabilidade e a sexualidade naturais, a alegria espontânea no trabalho e a capacidade para o amor.
O extrato de profundidade estaria em total desacordo com os aspectos da educação e do "controle autoritário".
Após a Primeira Guerra Mundial, que havia aniquilado muitas famílias patriarcais e autoritárias, a comunidade européia "lutava pela liberdade", mas cometeu um grande erro ao não reconhecer o defeito universal da neurose de caráter. Na monstruosa traição às massas por governos autoritários que alegavam representar o interesse do povo, na ingenuidade de milhares de jovens que acreditavam servir a uma idéia, o fascismo floresceu sobre o desamparo dos cidadãos do mundo. Com o fascismo, tornou-se patente a neurose da massa. O fascismo alemão deixou claro que não operava com a "inteligência" do povo, e sim, com suas reações emocionais infantis.
As massas queriam "liberdade", Hitler prometeu-lhes autoridade, liderança ditatorial. Queriam liberdade, mas tinham medo da responsabilidade sobre esta liberdade; encontraram, então, no Führer, o homem que a assumiria por elas.
Reich afirma que o "fascismo é meramente a extrema conseqüência reacionária de todas as anteriores formas não democráticas de liderança dentro da estrutura do mecanismo social". Foi o anseio pela liberdade e o medo dela que tornou possível o fascismo.
Foi assim que Hitler subiu ao poder. Ele prometia separar o conceito de sexualidade e o conceito de procriação. Chamava de "procriação eugênica superior" a "felicidade no amor". A teoria de raça é apenas uma extensão das convenientes teorias da hereditariedade. Em outras palavras, a "pureza do sangue alemão" era a justificativa para se livrar da sífilis e da "contaminação judia". Adolescentes podiam agora entregar-se a relações sexuais se alegassem que estavam procriando filhos no interesse do aperfeiçoamento racial.
Quando um fascista diz "judeu", quer dizer "capitalista", "ganhador de dinheiro", e mais profundamente o conceito pode significar "sujo", "bestial", "sensual", "castrador", "assassino".
Reich afirma que o "anseio inconsciente do prazer sexual na vida e da pureza sexual, unido ao medo da sexualidade natural e ao horror da sexualidade perversa, produz o fascismo e o sádico anti-semitismo".
Esses fatores permitiriam que o "psicopata sexual" pervertido e criminoso Julius Streicher pusesse seu "Der Stürmer" nas mãos de milhares de jovens e adultos alemães. Os exemplos a seguir foram publicados em edições de 1934:
"Um dia, o velho judeu lançou-se sobre a desprevenida garota não-judia no sótão, violou-a e insultou-a ..."
"... Ele tentou fechar a janela para impedir que os vizinhos olhassem para dentro. Então tocou novamente a mulher de modo vil, de um modo tipicamente judeu... Ele até ria de suas tentativas de gritar por socorro.... Verbalmente, agredi-a com palavras mais vis e mais obscenas. E então lançou-se como um tigre sobre o corpo da mulher e completou seu trabalho diabólico".
Segundo Reich, Stürmer confirmou efetivamente um milhão de vezes a angústia de castração genital, excitando e nutrindo fantasias perversas na população alemã e noutras populações que o leram. Quando questionado sobre essas publicações, Reich fez um sumário curto com as medidas necessárias para combater essa situação:
- Era preciso primeiro explicar as diferenças entre sexualidade doente e .
- Denunciar e reunir material de caráter pornográfico do streicherismo a qualquer pessoa de bom senso.
- Reunir e publicar todo material que mostrasse à população que Streicher e seus cúmplices eram psicopatas e criminosos.
- Expor o segredo da influência de Streicher sobre as massas: ele provocava fantasias patológicas.
- A sexualidade patológica que constituía o campo da teoria racial de Hitler e dos crimes de Streicher pode ser combatida mais eficazmente mostrando-se ao povo os processos e modos sadios do comportamento na vida sexual.
Reich afirma que o povo compreenderia a diferença proporcionada por uma sexualidade sadia e satisfatória, que envolve, entre outros fatores, a possibilidade de privacidade com o companheiro amado; que a satisfação sexual não é o mesmo que procriação; que é necessário instalar um numero suficiente de clinicas para tratar de perturbações sexuais; que uma educação sexual afirmativa e racional é imprescindível; que a abstinência sexual prolongada é nociva e só a satisfação livre do sentimento de culpa é benéfica. Em resumo, é preciso lutar pelos direitos de exercer uma sexualidade natural das massas populares.

Bibliografia
Reich, Wilhelm. A função do orgasmo - Problemas econômico-sexuais da energia biológica. São Paulo: Círculo do Livro, 1991.
_____________ Psicologia de Massa do Fascismo. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

sábado, 7 de abril de 2012

Matéria do Site sobre a Palestra que Participei em Macaé













http://www.macae.rj.gov.br/noticias.php?page=leitura&idNoticia=26115

http://www.macabunews.com.br/ver_not.php?id=57642&ed=Geral&cat=Not%EDcias


Geral - 05/04/2012 - 11:09 
Dia Mundial da Saúde é marcado por Encontro de Educação Afetivo-Sexual 

A mobilização pelo Dia Mundial da Saúde, que é comemorado no sábado (7), foi antecipada para quarta-feira (4), com a realização do Encontro Municipal de Educação Afetivo-Sexual. A programação, desenvolvida pela Prefeitura de Macaé, por meio da Secretaria de Educação, envolveu profissionais da pasta, dirigentes, professores e parceiros da secretaria com estudos dirigidos voltados para reflexão e conscientização do tema “Orientação Sexual”. O evento aconteceu no auditório da Cidade Universitária e contou com palestras.
- A Educação tem como principio básico formar cidadãos conscientes. Por isso, é nosso papel oferecer aos profissionais da rede municipal meios para que possam ser multiplicadores de conhecimentos acerca deste tema, já que a informação pode prevenir muitos problemas. O objetivo é sensibilizar a todos sobre a importância deste assunto, afirmou a vice-prefeita e secretária de Educação, Marilena Garcia.
Durante o evento, a psicóloga, sexóloga e educadora Lilian Santos Aldeia ministrou a palestra “Papel da Família, da Escola e da Mídia na Educação Sexual”. Na oportunidade, foram abordadas situações apontadas por ela como cada vez mais comuns nas escolas de todo país, como gravidez na adolescência e vida sexual precoce:
- Cada vez mais esses assuntos devem ser abordados e refletidos por pais, professores e profissionais da Educação. O apoio da família é essencial para que situações como estas contem com a base da família. Sabemos que muitos pais não conseguem dialogar e nem apoiar os filhos em questões que envolvam gravidez e vida sexual. Portanto, o papel dos professores é essencial para integrar e reforçar este elo entre pais e filhos, explicou a psicóloga. Ela lembrou que estes fatores são muito comuns e considerados geradores da problemática social que atinge a maior parte das famílias.
Além da palestra, o evento também contou com a abertura do projeto “Quebrando tabus”, que visa realizar palestras, oficinas e estudos dirigidos voltados para os temas transversais como “Diversidade” e “Orientação Sexual”. A previsão é que o projeto inicie no segundo semestre com estudantes do 4º ao 9º anos das unidades municipais de ensino.
Para a subsecretária de Saúde, Cultura, Esporte e Meio Ambiente, Cláudia Márcia Alves, a programação pontuou questões primordiais que devem ser trabalhadas e repensadas pelos que atuam na Educação: “No ano passado, o Dia Mundial da Saúde foi marcado pela abordagem quanto ao “Bullyng”. Já este ano, a equipe pedagógica escolheu os assuntos “Orientação Sexual” e “Gravidez na Adolescência” como temáticas que devem ser alvos de ações e reflexões de professores, diretores e, sobretudo, pais e responsáveis pelos estudantes”, ressaltou.
Durante o encontro, foram apresentados aos participantes os conteúdos dos kit´s “Saúde e Prevenção nas Escolas”, material didático produzido pela Secretaria de Vigilância e Saúde e os ministérios da Saúde e Educação. Os kit´s contam com seis fascículos que abrangem orientações e sugestões de atividades que podem ser trabalhadas e multiplicadas pelos professores durante o processo ensino-aprendizagem.
Fazem parte do material temáticas como “Sexualidades e Saúde Reprodutiva”, “Gêneros - diferença entre os sexos masculino e feminino”, “Metodologias - Saúde e Prevenção”, “Diversidades Sexuais - Saúde e Prevenção nas Escolas”, “Prevenção das DST: HIV e Aids” e “Álcool” e outras. A previsão é que o material seja distribuído nas escolas municipais a partir da segunda quinzena de abril.
Satisfeita, a orientadora pedagógica do Colégio Municipal Wolfango Ferreira, Karina Nogueira, afirma que o “Encontro de Educação Afetivo Sexual” foi essencial não apenas para ela, mas para os alunos da unidade em que atua: “Reflexões e estudos que envolvem a sexualidade são mais que relevantes, pois o contexto educacional que faz parte da nossa realidade nos faz encarar questões como estas diariamente”, diz Karina.
A orientadora Maria de Francisca Barbosa confirma que os kits serão primordiais: “A abordagem do encontro é importante para se trabalhar em palestras e encontros com os pais dos alunos”, pontuou.
Os participantes ainda assistiram apresentação cultural do grupo “Portadores da Alegria”, formado por portadores de necessidades especiais. De acordo com a Coordenação de Saúde Escolar, ações e formações continuadas que enfocam temas como saúde e sexualidade nas escolas serão cada vez mais constantes nas unidades municipais de ensino.