"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







sexta-feira, 27 de maio de 2011

Fuck Music II

Desculpem a demora para postar outras musiquinhas "daquelas", mas andei com o tempo curto para curtir um som.
Hj o repertório está bem misturado. Vários rítmos, sons e letras. Músicas que podem somente ter um encontro íntimo como também  ou fazer do quarto uma boate de streep!
Espero que gostem assim como gostaram da primeira leva, pois obtive um número bastante incrível de visitas naquele dia. Só tenho que agradecer.
Ah, sim! Um grande amigo me indicou algumas coisas e hoje decidi colocar a que mais me aguçou os sentidos. Dr. Bruno Vettore, obrigada por me apresentar música tão incrível!
Ao amigo Eduardo Tavares que me mandou um post sobre a música Makin´Love, do Kiss. Caro, por mais que eu goste da banda não consegui encontrar músicas que caibam no set, só se for mesmo para montar uma boate, prender uma barra de ferro no chão e uma cadeira de preferência de madeira leve.
Mas deixarei uma música postada aqui, afinal...Kiss é para todas as horas!
Beijos a todos!
Enjoy!

1-Tom Jones- Sex Bomb

2-Vangelis & Jean Michel Jarre - Blade Runner Soundtrack - Metallic Rain

3-Lighthouse Family - Loving Every Minute

4-Joe Coker - Unchain My Heart

5-Depeche Mode - Personal Jesus

6-ZZ Top - Sharp Dressed Man (essa vc já pode arrumar uma aula de poledance)

7-Billie Holliday - Billie´s Blues

8-Paloma Faith- Broken Doll

9-Najwa Nimri - Dead For You

10-Jesus & Mary Chain - Perfume

11-The 69 eyes - Dance d´Amour

12-Devil Doll - Sexy

13-Earl Bostic Compilation - Night and Day

14-Gare du Nord - Somethin' In My Mouth (Sex 'n' Jazz)

15-Imelda May - All For You

16-Trinah - Follow You

17-Enigma - Incognito

18-Fleetwood Mac - Black Magic Woman (com Santana tb é perfeita!)

19-Nickelback - Something in Your Mouth (musiquinha sacana)

20-Shiva - Porn Star (não sei o que pensar da letra, mas o som da guitarra é ótimo para um streep digno de boate)

21-Madonna - Candy Perfume Girl (foi trilha sonora do filme O Substituto 2)

22-Marietta - Top Gun Deluxe Soundtrack - Destination Unknown

23-Garbage - Androgyny

24-INXS - Devil Inside

25-Claudia Hayden - Playdate

26-Tom Urleena - Think About Me

27-Art of Noise - Moments of Love

28-Kiss - Keep me Commin´

Prepararei um set list para o dia dos namorados. Aguardem!!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Erotismo e Pornografia


Para quem deseja compreender a linguagem sexual do século XVI eis aí um livro para começar bem...devagar!

Sexualidade é componente fundamental de todo ser humano, é uma modalidade global do ser nos confrontos dos outros e do mundo, vinculando-se a intimidade, a afetividade, a ternura, a um modo de sentir e exprimir-se, vivendo o amor humano e as relações emocionais e afetivo – sexuais; é contato, relação corporal, psíquica e sentimental, é o desejo voltado a pessoas e objetos, é sonho, prazer, mas também sofrimento; é pressentimento do futuro, consciência e plenitude do presente, memória do passado, sentimentos que se alternam, se cruzam de modo imprevisível, exigindo uma progressiva capacidade de compreensão e aceitação, sempre vinculadas a intensas sensações corpóreas.

Erotismo é uma forma de estimular o impulso sexual. O impulso sexual é o componente psicossomático do comportamento sexual, é o afluxo vital das energias sexuais; são semelhantes, porém não iguais aos instintos.
Sua manifestação pode sofrer influência externa, através da Educação da Ética e da Moral, porém não pode ser completamente controlado pelo esforço da vontade consciente. O impulso sexual quando demasiadamente reprimido, ressurge em subprodutos como a doença mental, compulsão sexual neurótica, e os desvios de conduta.
O homem atual necessita equilibrar as forças do impulso sexual, conduzindo-o para formas de comportamento sexualmente aceitas na sociedade.

Pornografia é um tipo especial de erotismo, mobilizam-se figuras do imaginário através de fotografias, imagens, desenhos, contos, filmes eróticos, etc, com o objetivo de estimular o desejo, de fantasiar um relacionamento sexual, em uma masturbação ou mesmo mobilizar-se para uma relação sexual concreta.

A fantasia é a mola propulsora da realização sexual, é inerente ao ser humano, desde criança, com as brincadeiras de faz de conta, à velhice, apenas modificando a sua forma e conteúdo.
Todos temos fantasias. Aqueles que acham que não as têm estão reprimindo-as inconscientemente não se permitindo experimentá-las enquanto fantasias.As fantasias sexuais são inevitáveis e saudáveis, tendo grande importância na vida sexual, pois alimentam uma parte do desejo e dás motivações sexuais, tendo sua gênese no impulso sexual.
Na sociedade moderna, a pornografia passou a se diferenciar do erotismo nos aspectos estéticos e éticos, no conteúdo mais explícito da pornografia e mais implícito do erotismo, no reforço pornográfico da relação genital sem envolvimento, sem compromisso e sem afeto, apenas enfatizando o prazer solitário masturbatório, evitando o requinte artístico, a profundidade e o clima de paixão e enamoramento sempre presentes no erotismo.
A tentativa de distinguir o Erotismo da Pornografia é recente, sendo importante lembrar que devido a diferenças culturais, pessoais e sociais, até mesmo a delimitação daquilo que é considerado material erótico varia muito, em épocas diferentes e mesmo em diferentes meios dentro de cada sociedade. Mas em linhas gerais neste trabalho, vamos considerar que o que distingue o erotismo da pornografia é a originalidade, que tem como sinônimos-raridade, novidade, frescor.

Aspectos Gerais do Erotismo e da Pornografia

Na mitologia Grega Eros é ao mesmo tempo uma das energias primordiais, gerador da união do Céu e da Terra, e o aparentemente inofensivo Cupido, o filho maroto de Afrodite, a Grande Deusa do amor em todas as suas formas. O mito de Eros une o Universal e o singular, encarna o sublime amor e o fogo da paixão, resolve o problema da gênese do mundo. É energia de ligação do Cosmos com cada ser vivo. Em suas flechas esconde o poder sobre o desejo, a fantasia, o impulso erótico.

Eros é atração, cria dentro de cada indivíduo o desejo de se completar com o outro e com o mundo, anseia eternamente pela fusão com o objeto do desejo, seu impulso maior é o anseio de vida, de permanência, de continuidade, uma atração quase irresistível, repleta de sensações intensas.

O Erotismo é essencial, é uma das forças da psique em busca da auto realização, mas é também uma força titânica, visceral do mundo e de todos os seres da criação.

Erotismo é uma palavra que pressupõe um conceito de arte e uma existência da própria arte erótica. Vale lembrar: o erotismo é um objeto estético, feito para ser visto e apreciado pelo seu valor próprio; suas características especiais o colocam longe da pornografia quotidiana.
O Erotismo diz respeito ao belo, à estética sexual, a arte de transformar corpos em obras de arte. A Psicologia, ao estudar a estética erótica, descobriu que as pessoas fazem sempre os mesmos juízos fundamentais, dadas a estrutura neuro-perceptiva semelhante, porém nossos gostos e opções são exclusivamente condicionados pela cultura na qual estamos inseridos. No entanto, é impossível reduzir o erotismo a um conjunto de regras a serem aplicadas em toda parte, como também é complicado definir qualidades absolutas em estética erótica fora do contexto do seu tempo.
O erotismo está sempre se transformando, abrindo nossas percepções a novas experiências sensoriais. Todos sonham com uma imagem idealizada do feminino ou do masculino, é nossa imaginação trabalhando, criando imagens, um quadro no nosso espírito. O homem é o único animal capaz de usar a imaginação para contar histórias, pintar, esculpir, representar criando arte. A necessidade de fazer arte erótica é exclusivo do bicho homem. O homem possui uma faculdade estética, a capacidade de criar arte é um dos traços distintivos do homem, que o separa das outras criaturas animais.
Uma imagem erótica vale milhões de palavras, não só pelo seu valor descritivo, mas principalmente pelo seu valor simbólico. Os instrumentos da fantasia consistem no conteúdo, mas principalmente na forma. Recorrem à alegoria, à expressão facial para sugerir significados, para evocá-los através de elementos visuais, como traço, cor e composição.
O lendário Orfeu tinha poderes divinos de inspiração e acreditava-se que possuía a capacidade de, em transe, penetrar nas profundezas do mundo dos sonhos, podendo voltar ao reino dos vivos sem nada sofrer. Graças a esta capacidade única e de seu talento para exprimir esse desconhecido através do erotismo, apoderou-se das forças secretas do homem e da natureza. Ainda hoje o artista erótico, permanece um mago, cujo trabalho nos perturba e envolve.

O Erotismo na Historia Ocidental

O mais antigo texto sobre erotismo que já foi publicado é o "Banquete de Platão": o narrador Aristófanes conta que, na Origem a humanidade se compunha dos homens, das mulheres e de um terceiro ser denominado Andrógeno.

Os Andrógenos eram seres mais completos possuíam grande poder, encorporavam o masculino e o feminino, tendo o melhor destas duas dimensões do humano.

Possuíam a forma esférica, mais perfeita e aprimorada, possuíam sempre, quatro mãos, quatro pernas e quatro orelhas, duas cabeças, dois órgãos sexuais e uma cabeça, mas cometeram o erro de desafiar os Deuses. Então, como castigo, Zeus, o grande rei do Olimpo, o símbolo máximo da consciência, os separou com seus raios. Cada Andrógeno foi cortado em duas partes, passando a sentirem-se mais fracos incompletos e infelizes. Os novos seres mutilados passam a procurar em toda parte sua cara metade, sua alma gêmea, Quando acontece de se encontrarem novamente, a atração é extremamente forte. Com muito erotismo desejam restaurar a antiga perfeição, se entrelaçam, tentam se fundir, se perder um sobre o outro, no entanto apesar da intensa predisposição de ambos, a fusão é sempre momentânea e está condenada a desaparecer, para que a identidade sobreviva e cada indivíduo possa continuar como um ser distinto.

A Antiguidade clássica é pródiga de relatos sobre a vida erótica Grega, as cortesãs, a vida das prostitutas, a homossexualidade socializada e a riqueza erótica das estátuas, quase sempre, nuas e com os órgãos sexuais em evidência, os quais serviam de material pornográfico para a masturbação.

O Império Romano domina o Ocidente e em seu período decadente perde sua ética e valores, cedendo lugar a uma crescente brutalidade sexual nas figuras de Nero, Tibério e Calígula. A Idade Média, dominada pela religião, promove a repressão da sexualidade e mantêm a política de eliminar o erotismo através da culpa, autoflagelos, castigos físicos e sublimação religiosa. No século XIV, Bocaccio, publica Decameron, com as confissões de pessoas da nobreza, ligadas a aventuras de amantes e maridos infiéis, porém o sexo acontece promíscuo e hipócrita, como o "diabo gosta”.

Surge o Renascimento da cultura Ocidental. Na Itália, Aretino publica contos eróticos; na França de 1740, surge o mais famoso escritor de erotismo, o grande Marques de Sade associando sexo e crueldade em meio à luxúria palaciana. Na Áustria, alguns anos mais tarde surge Leopold Von Sacher –Masoch com seu romance autobiográfico, "A Vênus das Peles" onde consolida as bases do sadomasoquismo moderno.

Na Inglaterra, John Cleland, publica "Fanny Hill" uma das mais importantes obras de pornografia já escritas. Nos finais do século passado acontecem associações fortes com pornografia homossexual. Oscar Wilde publica em 1891 "O retrato de Dorian Gray", onde a pornografia começa a ser vista como forte apelo de vendas.

O século XX presencia o surgimento de uma pornografia vinculada ao processo de industrialização e ao mercado. Com o Cinema a partir de 1921, já podem ser vistas cenas de banho em cachoeiras, cenas com emoções fortes e figuras semi nuas. A partir de 1933, por três décadas, há uma pausa na produção de filmes eróticos. A Europa de 1950 presencia o crescimento acentuado de casas de strip-tease, e dos Estados Unidos da atualidade, importamos as casas especializadas em produzir material erótico e pornográfico, as Sexshops. Hoje presentes em todo o mundo evidenciam a banalização do erotismo, hoje presente no cotidiano de cada indivíduo.

O Brasil nasceu erótico. Desde o descobrimento, os Portugueses sempre descreviam o novo mundo como um paraíso de sedução. Pero Vaz de Caminha, em suas famosas cartas da terra de Santa Cruz, descreve com grande carga erótica a nudez das índias do Brasil.

Mantivemos durante séculos a tendência de exportar toda uma cultura sexual, costumes, valores morais e padrões estéticos europeus. Hoje a influência ficou transferida para o padrão Americano de vivência sexual.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Sexo e Mitologia


Amor, nascimento, vida e morte são temas constantes nas explicações mitológicas do mundo. Elas refletem costumes, medos e anseios dos diversos povos do passado.
Ela é gorda, sem rosto, seios pendulares, quadris rotundos e uma barriga tão proeminente que sugere gravidez. Tem uns 20 mil anos. Por isso, pode parecer que há uma ponta de ironia no nome que lhes deram: Vênus de Laussel. É uma estatueta pré-histórica, que indica a antiga preocupação humana com os mistérios da reprodução.
Fertilidade era tópico importantíssimo em culturas primitivas. Plantas e animais precisavam reproduzir-se para haver abundância, riqueza e lazer. E, para os velhos, a tranqüilidade dependia de uma prole numerosa e operosa, no fim da vida.
Poetas anônimos, de uma era anterior à escrita, já viam a terra como uma fêmea fecundada periodicamente pelo céu, que a inseminava com a chuva. Entres os kumanas da África do Sul encontra-se esse mesmo tema, que por outro lado já era conhecido dos gregos no século 5 a C. um velho ritual de casamento hindu inclui a seguinte fala do noivo: “Eu sou o céu, você é a terra”.
As deusas de maternidade e de amor do velho mundo pagão são geralmente originárias da terra, ou, então, simbolizam pontos geográficos e localizações.
A mágica da fertilidade inclui, para muitos povos, a prostituição sagrada. Na Babilônia, segundo Heródoto, toda mulher tinha de prostituir-se, pelo menos uma vez, no templo da deusa Ishtar. O dinheiro obtido era incorporado ao tesouro do templo. Um hino babilônico exaltava a deusa como uma prostituta que nem mesmo 120 homens seriam capazes de fatigar.
Nem sempre as homenagens à deusa envolviam ritos de prazer. Outra maneira de cultua-la, para um homem, seria castrar-se. A explicação desse costume aparece no mito da deusa Cibele.
Cibele era deusa-mãe e deusa da montanha da Ásia Menor. Originalmente, tinha os dois sexos, mas seus órgãos masculinos foram extirpados por outros deuses. Da hemorragia resultou a amendoeira.
Uma das amêndoas caiu no colo de uma jovem, que em conseqüência engravidou e deu à luz o belo deus Attis, que passaria a ser conhecido como filho e amante de Cibele. Attis enlouqueceu, castrou-se e ofereceu seus órgãos genitais a Cibele.
Uma pequena lembrança passa a mim da antiga história grega de Édipo e Jocasta da Mitologia grega, só que ao invés de castrar-se por ser amante da mãe, ele permitiu-se ficar cego diante de sua “perversão”.
Cibele também é deusa na mitologia grega e sua função é a deusa da terra, a fertilização da terra para um bom cultivo de alimentos.
Da carne sacrificada despontaram violetas. Depois o deus sangrou até morrer e Cibele quase enlouqueceu de dor. Mas, Attis, mais tarde, ressuscitou. Em Roma, onde a morte e a ressurreição de Attis eram celebradas em março, as violetas simbolizam o retorno da primavera.
Outro mito baseado nas estações, com o ciclo de morte e renascimento da vegetação é o da lenda de Perséfone ou Prosérpina, filha da deusa-terra Demeter. Que na mitologia grega é Cibele.

O Amor nos Mitos de Criação do Mundo.



Raptada por Hades, o deus dos mundos subterrâneos, Perséfone passou a reinar ali. Mas sua tristeza acabou levando o raptor a permiti-lhe periódicas ascensões à superfície. Perséfone, portanto, representa os cereais que surgem e desaparecem todo ano.
Como sexo e nascimento estão definitivamente relacionados com a vida dos seres humanos, o mesmo mecanismo aparece com freqüência nas explicações mitológicas da origem do mundo.
O deus egípcio Atum, segundo a lenda, vivia sozinho no caos. De sua semente nasceram o deus Shu e a deusa Tefnut. Da união desses deuses surgiram Geb, a terra, e Nut, o céu, que por sua vez deram origem a Osíris, Isis, Set e Neftis.
Nesse mito, a terra é uma personagem masculina e o céu é uma feminina. A razão disto talvez provenha do costume egípcio de a mulher assumir a posição superior durante o ato sexual.
Mitos dessa natureza envolvem necessariamente o incesto. No Egito, essa situação mitológica tinha paralelo no costume real de se casarem irmãos. Durante gerações, a rainha tinha de ser esposa e irmã do Faraó.
Em muitas outras sociedades, porém, o incesto era visto com reprovação e horror, mesmo entre os nobres, embora freqüentemente admitido entre os deuses. Zeus, deus supremo da Grécia, violentou a própria mãe, desposou uma de suas irmãs e teve ligações com as outras. Em muitos mitos, o primeiro casal é de irmãos.
Psicanalistas freudianos tentaram considerar a presença do incesto nesses mitos como fantasias criadas por desejos reprimidos: a proibição do incesto atuando também como atração. Mas parte da explicação é a tendência humana de buscar uma origem lógica para a raça, e isso envolve obrigatoriamente o incesto.
Ou Adão ou algum de seus filhos devem ter tido alguma ligação com alguma das filhas do primeiro casal, para dar origem à descendências.

Uma Força Humana, ou Super-humana?
Os impulsos do sexo são vistos tradicionalmente como superiores às forças sociais e religiosas que buscam limita-los. Também nos mitos, os amantes desafiam as normas, magoam seres queridos e chegam a destruir-se, levados pela força onipotente do amor.
Na lenda de Tristão e Isolda, relatada na ópera de Wagner, o herói e a heroína bebem inadvertidamente de uma poção mágica. Em conseqüência, desaparecem os motivos de antipatia que havia entre eles. O resultado é a tragédia, que envolve todos.
O mesmo sentido de paixão aparece nas lendas gregas de Eros, que simboliza o desejo. Mais tarde, Eros se converte em cupido, que dispara suas setas de desejo ardente sobre os mortais e imortais.
Eros, porém, era menos frívolo do que o cupido. Sua degeneração em cupido é explicada como conseqüência da difusão, durante o Helenismo, das idéias de amor romântico entre os sexos.
Os aspectos perigosos do sexo aparecem também com Adão e Eva. Vergonha e culpa foram duas conseqüências imediatas da descoberta do sexo, para eles. Moralistas cristãos defendiam a idéia de que o sexo é pecaminoso, principalmente porque o desejo tende a suplantar a razão.
Há muitos mitos mesopotâmicos, ainda mais antigos, que focalizam a mesma temática de decadência causada pelo conhecimento do sexo e pela perfídia feminina.
Nessas lendas, a mulher aparece como dissipadora da energia moral masculina por efeito de um provável paralelo: a suposição de que a mulher absorve vitalidade do homem durante o ato sexual. Outra razão é que a tradicional superioridade masculina na sociedade aparece justificada como um necessário fator de ordem.
Como fato central da vida humana, o sexo ao lado da morte, foi um ponto de apoio para a construção de mitos. Diante das forças que dão origem à vida ou que a cortam, a mente humana sempre se sentiu insegura. Na tentativa de entende-las e de controla-las, elaborou mitos e ritos e ainda elabora.
Mesmo hoje, além dos limites do conhecimento científico – que não pode responder tudo -, o homem continua a agarrar-se em mitos. Eles são tanto importantes quanto mais inseguros nos sentimos num mundo confuso e perturbado.