"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







terça-feira, 31 de agosto de 2010

Orgasmo Múltiplo do Homem



A maioria dos homens considera que foi tudo ótimo se simplesmente tiveram ereção e ejacularam. Mas isso é muito pouco comparado ao prazer que é possível se obter numa relação sexual. O homem gosta de contar vantagens para os amigos, dizer que deu quatro, cinco ou sei lá quantas numa noite de amor. A quantidade de ejaculações para ele é prova de sua condição de macho. Só que, além de masculinidade não ter nada a ver com potência sexual, ejaculação não prova nada, mesmo porque orgasmo e ejaculação são duas coisas completamente distintas. O orgasmo ocorre no cérebro e a ejaculação é um refluxo medular. Ao saber disso, o homem pode dar o primeiro passo para buscar sensações de prazer que nem imagina existir.

Para surpresa de muitos, não há a menor necessidade de o homem ejacular, a não ser que deseje ter filhos, claro. Aliás, a ejaculação deixa o homem exausto. Hoje os cientistas sabem que gerar esperma é muito mais difícil do que pensavam e pode até comprometer a saúde masculina a longo prazo. As mulheres sempre reclamaram dos parceiros que logo após a ejaculação viram para o lado e dormem. Sentem-se rejeitadas, se decepcionando com o egoísmo deles. Elas não supõem que a culpa não é dele, mas dos 50 a 250 milhões de espermatozóides desnecessários que seu organismo teve que produzir.

O homem pode aprender a ter vários orgasmos consecutivos, mais intensos e fortes, sem ejacular nem perder a ereção. Os chineses sabem disso há mais de 3 mil anos. Na Índia, a literatura tântrica faz muitas referências ao assunto. Mesmo no Ocidente existem publicações científicas sobre o orgasmo múltiplo do homem desde a década de 30.

Entretanto, para o homem ter orgasmos múltiplos sem ejacular, é necessário praticar exercícios que possibilitem o controle da respiração e o fortalecimento dos músculos da região pubiana, responsável pelas contrações rítmicas da pelve durante o orgasmo. Para se tornar um homem multiorgástico não é muito complicado. Os especialistas avaliam que é possível obter vários orgasmos consecutivos dentro de duas semanas e para aperfeiçoar a técnica demoraria de três a seis meses. Você não acha que vale a pena tentar?



sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Oração do Psicólogo


Senhor,

Só Você conhece em profundidade a criatura humana
Só Você é verdadeiro psicólogo.

Contudo, Senhor, aceite-me como seu ajudante.
Ensine-me as técnicas, oriente-me para não errar,
E quando eu falhar - sei que isso acontecerá -
venha depressa, Senhor, sanar o mal que fiz.
Dê-me um entranhado amor e respeito
pela criatura humana.
Não permite que a rotina, o cansaço
torne-me frio e indiferente ao outro.
Dê-me bastante humildade para aceitar meus erros,
perdoa as ofensas e ajuda-me a
atribuir os êxitos a Você.
Que no fim de cada dia, ao fazer minha revisão,
eu possa dizer em verdade:
Hoje fiz tudo quando dependeu de mim para
ajudar ao meu irmão.
Obrigado, Senhor!

27 de agosto - Dia dos Psicólogos

A todos os meus colegas de profissão e amigos psicólogos que vimemos sempre em busca do conhecimento e a força para o auxílio de todos nós que precisamos de um apoio.
Um brinde!

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Depressão Pós Parto



A gestação é um período pelo qual as mulheres passam por diversas alterações no seu organismo de diversas ordens, desde as mais simples alterações posturais decorrentes da mudança do seu centro de gravidade, alteração da marcha, allterações cardiovasculares em função do aumento do volume de sangue, e conseqüentemente aumento da frequência cardíaca, alterações metabólicas, etc. Entretanto as alterações que sofrem no corpo, na mente e no mente da mulher em gestação são muito mais profundas, e algumas indecifráveis, tanto que muitas mulheres após darem a luz a seus filhos, têm o que se chama depressão-pós parto.
Sabe-se que o período pós-parto é um período da vida da mulher em que o risco psiquiátrico é muito maior, ocorrendo com bastante frequência a depressão pós-parto, conhecida também como postpartum blues. A depressão pós-parto é bastante comum e devido a variação de intensidade em algumas mulheres que são fortes, ela passa como um problema decorrente da gravidez e não tem uma avaliação maior, no entanto em outras a depressão pós-parto pode ter uma intensidade bastante séria, dificultando que se estabeleçam os vínculos afetivos entre mãe e bebe, vínculos estes tão importantes nesse primeiro momento da vida do recém-nascido, que podem refletir na psicologia infantil dos relacionamentos inter-pessoais a serem estabelecidos pela criança no futuro.
Hoje com as pesquisas e avanços tecnológicos que possibilitam uma investigação mais profunda, pode-se estabelecer algumas das causas da depressão pós-parto e assim prevenir em alguns casos. A causa mais comum dessa doença são as alterações hormonais ocorridas durante a gravidez e parto, especialmente os níveis de progesterona e estrogênio, os hormônios sexuais feminino e masculino, trazendo alterações no matebolismo que favorecem a instalação da depressão pós-parto.
Os fatores de ordem psicológica também são muito importantes neste quadro, pois em um curto espaço de tempo a mulher passa a ter sentimentos e emoções conflituosos em relação a si mesmo, ao bebe e ao companheiro, e também como filha. No período da gestação a mulher fica notóriamente mais sensível, e o pós parto pode ser o período em que todas essas emoções deságuam, trazendo a mensagem das consequências positivas e negativas daquele período. Algumas mulheres, por exemplo, não conseguem ter relações sexuais durante o período em que amamentam seus bebes em virtude de conflitos internos com relação a sua própria auto-imagem de mulher e mãe.
No entanto é importante estabelecer que a depressão pós-parto não tem a ver com os sentimentos que a mãe nutre pelo filho, ao contrário, a maioria das vezes ela sofre muito mais por não dar a atenção que entende que o filho precisa para ser um bebe feliz. A depressão comumente apresenta seus sintomas na primeira semana após o parto, e deve ser tratada como uma doença que afeta as mulheres , com acompanhamento médico e psicológico, para que a mãe possa voltar a seu perfeito estado de saúde o mais breve possível.
Outra Visão

Nos dias atuais muito se ouve falar em estresse e depressão, mas poucas pessoas sabem realmente os transtornos e riscos que envolvem esta Doença e o quanto pode ser difícil a realização de um diagnóstico correto. A depressão pós-parto, assim como muitas outras formas de depressão são comumente confundidas, com desvios de conduta ou traços exacerbados da personalidade de quem apresenta as mudanças de comportamento e muitas vezes estas pessoas não são devidamente encaminhadas a um tratamento por falta de esclarecimento.
Novidades

No caso específico da depressão pós-parto, a boa notícia é que, pesquisadores da Espanha desenvolveram um método inovador que promete um diagnóstico precoce em até 80% dos casos, sendo assim é possível realizar um tratamento prévio evitando os efeitos danosos desta depressão. Esta possibilidade vem melhorar muito a Qualidade de Vida, tanto da futura mamãe como de todas as pessoas da família, pois os distúrbios gerados em uma depressão pós-parto trazem sérios problemas para a mãe, o bebê, o pai e todas as demais pessoas que possam estar envolvidas nesta relação familiar. A pesquisa realizada em hospitais da Espanha durante os anos de 2003 e 2004 fez um levantamento histórico de aproximadamente 1.400 pacientes. Estes dados serviram de base para a criação de um método de avaliação no qual são considerados todos os fatores de risco já conhecidos.

Considerações
Este teste é capaz de mensurar a intensidade e a existência dos fatores de risco, entre eles podemos citar: possíveis oscilações emocionais na gestação, existência de problemas psiquiátricos em familiares, a inexistência de apoio na gestação, ocorrência de comportamento neurótico ou tendência para o mesmo, as taxas de serotonina são observadas, e também existem uma série de fatores externos como, por exemplo, o desemprego, baixa Auto Estima, crises financeiras na família, situações traumáticas de morte ou outros episódios que tenham gerado períodos de depressão, ocorrência de parto difícil ou prematuro, etc

Riscos

Outro aspecto importante se refere a idade da mãe bem como se ela trabalha ou não, pois os índices de risco diminuem muito em casos de mães mais maduras e ativas profissionalmente. O levantamento dos dados a cerca do estado emocional da mãe pode e deve ser realizado pelo próprio obstetra responsável pelo pré-natal, pois em caso de necessidade é preciso ter Agilidade. O tratamento deve ser iniciado o quanto antes para que, no momento da chegada do bebê, a futura mamãe esteja emocionalmente equilibrada. Portanto, mamãe, Fique Alerta quanto a esta possibilidade, converse com seu médico e esteja gozando de plena saúde neste momento tão especial de sua vida!



segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Infidelidade.


Infidelidade: Porque as pessoas traem? O homem trai mais?

Casamento o tipo “A Bela e a Fera” tem mais chances de ter sucesso, mas a probabilidade de alguém trair seu parceiro ou parceira durante o curso de uma relação varia entre 40 e 76%. “É muito alta”, Segundo Geneviève Beaulieu-Pelletier, estudante de PhD do Departamento de psicologia da Universidade de Montreal. De acordo com psicólogos, as pessoas com um estilo que evitam formar laços são pessoas que não se sentem confortáveis com a intimidade e tem, portanto, mais chance de multiplicarem seus encontros sexuais e traírem. Mas isso nunca foi provado cientificamente, por isso Geneviève fez uma série de quatro estudos sobre o assunto.
O primeiro estudo foi conduzido com 145 estudantes com idade media de 23 anos. Cerca de 68% havia pensado em trair e 41% tinha efetivamente traído. Além da satisfação sexual os resultados indicaram uma forte correlação entre infidelidade e pessoas que tendem a evitar conexões emocionais.
“Estes números indicam que mesmo se nós nos casamos com a melhor das intenções as coisas nem sempre transcorrem da maneira que planejamos. O que me interessa sobre a infidelidade é porque as pessoas estão dispostas e se conduzirem de maneiras que podem ser muito prejudiciais para si mesmas e suas relações.”
“A infidelidade pode ser uma estratégia emocional regulatória usada pelas pessoas com um estilo que evitam a conexão. O ato de trair os ajuda a evitar a fobia de comprometimento, distancia do seu parceiro ou parceira e os ajuda a manter seu espaço e liberdade.”
Ambos estudos foram seguidos de outros dois estudos que perguntaram sobre os motivos da infidelidade. A vontade de se distanciar do comprometimento e do parceiro (a) foi a resposta mais comum.
Os estudos não revelaram diferenças entre homens e mulheres. A mesma quantidade de homens e mulheres mostrou estilos que evitavam conexões e a correlação com a infidelidade é forte em ambos os lados. “Contrariando a crença popular, a infidelidade não é mais prevalecente nos homens”, ela disse.

Porque algumas pessoas traem a confiança do companheiro? Existem várias formas de ser infiel. Em todas as sociedades, os homens e mulheres se unem em relações mais ou menos estáveis.

Por quê?
1. Preservação da espécie.
2. Satisfação sexual.
3. Necessidade de um companheiro.
No mundo moderno, essas necessidades assumiram uma forma institucionalizada: o casamento.
O casamento monogâmico envolve a promessa de mútua fidelidade, e a maioria dos casais espera isso um do outro.
Mas nem sempre essa promessa, determinada pela instituição, é assimilada pela estrutura psíquica das pessoas.
Na verdade, nem sempre o instinto sexual se dirige unicamente para o cônjuge, depois que a pessoa casou. Há indivíduos que, por mais que tentem reprimir os interesses sexuais, continuam a dirigi-los a outras pessoas também.
Por Que o Homem é menos Criticado?
Qual a origem do tabu que condena severamente a infidelidade feminina?
Posivelmente, o desejo tradicional de obter descendência. A sociedade patriarcal (a nossa ainda tem muitos resquícios de patriarcalismo) tinha que punir com rigor a infidelidade feminina: os filhos poderiam ser de outros. E a identidade do grupo familiar estaria ameaçada.

De que forma?

Uma criança estranha estabelece novos laços de parentesco. E diminuiria a herança do grupo familiar.
Quaisquer que sejam as origens, porém, a promessa de fidelidade costuma ser exigida com rigidez. A sociedade adota medidas mais duras contra a mulher adúltera, enquanto a infidelidade masculina é considerada, quando muito imoral. Atualmente, porém, as pessoas têm menos medo de ser infiéis. Por quê?
1. Antigamente, quando um homem não se satisfazia sexualmente em casa, procurava uma prostituta. Hoje, parece que a prostituição deixou de ser o meio comum de “desabafo” extraconjugal – talvez porque os homens estejam aceitando mais a emotividade, e não busquem apenas sexo. Por isso, quando emocional e sexualmente insatisfeito em casa, o indivíduo corre o risco de manter um “caso” com outra mulher.
2. O medo de uma gravidez indesejada desapareceu, devido à existência de métodos contraceptivos eficientes.
3. As doenças venéreas também causam menos preocupações do que antigamente, por causa dos tratamentos mais efetivos.
Menos Quem Não Casa Espera Fidelidade.
Muitas pessoas atacam o casamento, devido à insatisfação e infidelidade em que vivem muitos casais. E dizem que esse tipo de união tem pouco a ver com as necessidades reais humanas.
Mas mesmo os indivíduos que pensam assim, sentem necessidade de um parceiro. E, aberta ou inconscientemente, esperam dele a mesma fidelidade que um casal legalmente casado.
Na verdade, muitas pessoas contrárias ao casamento, ficariam completamente chocadas se descobrissem que o parceiro é infiel.
Além disso, mesmo quem é infiel, acredita no valor da fidelidade. Portanto, sempre tem um sentimento de culpa ou respeito da própria conduta.

Qual a causa?

A promessa de fidelidade é “termômetro” da importância de um relacionamento entre duas pessoas. Quebrá-la, mostra que as coisas não vão muito bem.
Qualquer ligação estável, precisa contar com um voto de confiança entre ambos. Quando eles, conscientemente, concordam em não se ferir, assumindo a responsabilidade de cuidar um do outro, contribuindo para a felicidade do casal, muito já foi feito para o sucesso da união.
Se acontece de um dos companheiros se desligar, escolhendo outra pessoa, essa cooperação vital para o amor é quebrada.
A confiança na qual se baseia o relacionamento está em perigo – a decepção prejudica o diálogo.

Várias Maneiras de Ser Infiel.
A fidelidade pode ser destruída de várias maneiras – não só por aventuras extramatrimoniais. De fato, ser infiel não significa apenas ter outros interesses sexuais.
Vejamos algumas coisas que faz acontecer de algum dos parceiros “pular a cerca”:

1. Não compartilhar as responsabilidades, é uma forma de ser infiel. Por exemplo: a mulher assume sozinha a responsabilidade da casa, dos filhos, enquanto aquela “criatura” fica fora (no bunda lê-lê) o tempo todo, bebe com os amigos, etc. e de quebra vive deixando a mulher em casa, sem gosto para pelo menos levá-la na esquina.
2. Um parceiro gasta dinheiro demais. Por exemplo: a mulher compra bobagens, enquanto o homem luta para colocar as coisas em casa (pode ser o inverso).
3. Um casal pode estar quebrando a confiança mútua, quando um deles revela, a outros fatos desfavoráveis sobre seu companheiro. Ou procura provar alguma coisa em público, quando a questão já foi discutida previamente e o companheiro é contra.
4. Por fim, quem não discute seus problemas pessoais com o companheiro, mas desabafa com outros, também está traindo.
Não necessariamente isso pode ser dito como traição, mas sim como falta de respeito e consideração para com o parceiro.
Quando o Sexo Não Satisfaz.
Raramente, a infidelidade sexual ocorre de repente. As coisas acontecem, em geral, da seguinte maneira: a pessoa fica tentada e se debate, pensando se deve ou não permitir que a situação se desenvolva.
É essa hesitação que permite o fortalecimento do estímulo e o aumento da atração sexual.
Na realidade, a infidelidade sexual costuma ser sinal de insatisfação profunda nessa área. Portanto, não é a causa direta do desmoronamento de uma ligação, mas sim o resultado.
Com freqüência, a infidelidade oculta os verdadeiros problemas de uma união. Ou torna-se piores.
Essa, aliás, é a situação mais comum, quando um “casamento perfeito” acaba de repente. O casal não teve coragem de admitir que alguma coisa estava errada. Conseqüência: não fizeram nada pela união.











segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Como a Psicologia pode Tratar as Disfunções Sexuais


Terapeuta em ação: Terapia de Casal
O trabalho psicoterápico baseado na queixa sexual psicogênica não assume um caráter único e exclusivo de conduta terapêutica. A avaliação deste tipo de trabalho como simplista ou incompleto pode ter origem tanto na falta de informação como no preconceito à respeito desta prática.
É fato que ele se distancia de outras condutas terapêuticas, uma vez que concentra esforços na solução do problema sexual. Isto porque o trabalho específico com a sexualidade ( surgido no final do século passado com publicações de Havelock Ellis e desenvolvido neste século através da aplicação de abordagerns comportamentais na década de 50, e através da realização de estudos sobre fisiologia sexual de William Masters e Virginia Johnson na década de 60), aprimorou recursos de intervenções práticas para a solução deste problema específico.
Porém, este não representa o limite do trabalho. Desde a avaliação psicológica diagnóstica, que tem por finalidade detectar fatores emocionais potencialmente envolvidos na queixa, sejam eles primários ou secundários à disfunção, até a terapia sexual propriamente dita, o profissional acumula um material sobre a subjetividade o paciente, de fundamental relevância para o curso do tratamento.
A tônica na condução desse processo reside na organização prática que o psicoterapeuta faz daquilo que o paciente oferece sobre o seu sofrimento psíquico (e os meios que já utilizou para tentar resolvê-lo), propondo uma intervenção inicial focada no sintoma principal (disfunção sexual), ou nos aspectos emocionais impeditivos de um resultado mais positivo em suas experiências sexuais (sem perder, obviamente, de vista, o problema sexual que aflige o paciente).
A atenção do psicoterapeuta está voltada para uma variedades de aspectos individuais do paciente, tais como: assertividade, flexibilidade, relacionamento interpessoal, avaliação particular que ele faz dos acontecimentos, expressão emocional, bem como para os meios de que o paciente se utiliza para estabelecer os seus envolvimentos afetivos-sexuais.
De forma metafórica, nesta perspectiva, as técnicas sexuais ocupam o palco quando o elenco já está preparado para o espetáculo; caso contrário, elas aparecem nos ensaios, corrigem e acertam detalhes que prejudicam o "script", ou até mesmo aguardam nos bastidores, se for este o caso, até o momento oportuno para a sua apresentação.
O que certamente não retrata este processo é mostrar o psicólogo desvinculado de sua formação mais ampla (ciência do comportamento), ocupando-se apenas de um aspecto das dificuldades do "ser" humano: neste caso, o sexo. Tanto o ser humano não tem esse aspecto isolado de outros que, juntos, lhe dão um perfil característico. Quanto ao psicólogo, ao fazer uma abordagem de tratamento voltada apenas para a sexualidade, estaria descartando o conhecimento adquirido durante seus anos de formação sobre a complexidade do desenvolvimento humano e sobre as mais variadas formas através das quais o ser humano expressa suas insatisfações emocionais.
O trabalho em sexualidade conta com uma abordagem técnica específica, e sua aplicação varia de acordo com a demanda que o paciente apresenta. Tendo em vista os pontos que desencadearam ou mantêm uma disfunção sexual, o psicoterapeuta poderá planejar a sua atuação e, ao longo de seu desenvolvimento, avaliar os recursos que está utilizando a partir dos resultados obtidos no decorrer das sessões. Sob esta ótica, a proposta de tratamento visa também a uma integração nas formas de pensar, sentir e agir do paciente, com ganho inevitável no plano da sexualidade.
Mesmo que o problema repouse apenas na dificuldade sexual, observando-se que todas as outras áreas (social, familiar, afetiva, profissional ou acadêmica) mantêm-se preservadas, o trabalho tem que oferecer para cada paciente, aquilo que ele específicamente necessita para alcançar o seu bem- estar emocional. Se a meta para isso não incluísse um propósito mais amplo e consistente para o paciente, seria desnecessária a presença de um psicólogo. Bastaria que um indivíduo com disfunção sexual seguisse as instruções que manuais de técnicas sexuais apresentam, ou ainda, que qualquer profissional de outras áreas o instruísse a esse respeito.
Ainda que muito bem intencionado, esse profissional estaria realizando um trabalho educativo, terapêutico, informativo, pois, a psicoterapia, além destas intervenções, visa trabalhar as questões subjacentes ao problema apresentado pelo paciente, para que ele possa alcançar uma liberdade e discernimento emocionais em todos os planos de sua vida, e isso somente ao psicoterapeuta compete realizar.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

DISFUNÇÃO DO ORGASMO FEMININO


Anorgasmia Feminina

O que é?

A Anorgasmia é definida como a falta de prazer orgásmico (gozo) após um período de excitação normal (com aumento de lubrificação e volume da vulva). Pode ser primária, quando a mulher jamais experimentou um orgasmo, ou secundária, quando essa deixou de obter o gozo sexual nos envolvimentos amorosos, antes satisfatórios. É um quadro relativamente comum, atingindo uma freqüência de aproximadamente 30% dos brasileiros, em média 7,5 % das mulheres em nosso estado.

O que causa?

A expressão "falta de orgasmo feminino" é uma mescla de frustração, baixa auto-estima e conformidade. Muitas mulheres vivem sem sequer tentar algum prazer sexual, presas por laços culturais e religiosos ortodoxos, aliados à falta de orientação e educação sexual. "Sexo é para os homens!". Assim, sonegam seus desejos, evitando a ansiedade de enfrentar uma série de preconceitos impostos por uma educação repressora e sexista. A hostilidade ao parceiro, o medo da perda de autocontrole, a falta de desejo generalizada, a dor no coito e a inabilidade do parceiro na atividade sexual são outras causas comuns deste transtorno sexual.
Após o movimento da Revolução Sexual da década de 60, houve maior propagação de orientação e educação sexual. No entanto, foi somente na última década do século passado que a ciência pode desvendar a anatomia dos genitais femininos. Descobriu-se que o clitóris, considerado um pequeno órgão de sensibilidade sexual da vulva era apenas a pontinha de um iceberg de um órgão muito maior, mais complexo e especializado na arte do prazer sexual.
Também novos conceitos evolutivos trouxeram à tona dados que alteram a visão de alguns comportamentos considerados anormais. A promiscuidade feminina no reino animal, por exemplo, pode ser vista como vantajosa para a evolução da espécie. Os espermatozóides de diferentes machos competiriam entre si dentro da fêmea para fecundar o óvulo e perpetuar sua linhagem. Os genes mais "fortes" do espermatozóide vencedor garantiriam uma prole mais competitiva e saudável.
Mas tudo isso é muito novo ainda. As mulheres deste novo milênio, conforme a sua cultura e o possível acesso aos meios de comunicação e informação, variam nos seus conceitos de identidade feminina. A repressão sexual ainda é significativa e vigora até mesmo nos centros considerados de maior intelectualidade do país.

A Técnica do Prazer

A repressão sexual impede a liberação da fantasia erótica, um fator importantíssimo para o orgasmo feminino. Se uma mulher não se permite fantasiar e se conhecer, descobrir as partes de seu corpo que mais respondem aos estímulos, não aprenderá a arte do prazer sexual. Diferentemente do homem, que possui o genital exposto (o pênis), a mulher tem que descobrir o clitóris e a vagina, órgãos essenciais para o orgasmo.
A técnica preconiza que a mulher busque inicialmente um autoconhecimento de seu corpo e de suas partes mais sensíveis ao toque e depois à masturbação solitária (sem parceiro). Pode fazer uso de espelhos para ver seus genitais e de estímulos eróticos como livros, revistas, ou mesmo filmes sexuais, incitando as suas fantasias. Posteriormente pode buscar a masturbação em frente ao parceiro e só depois, junto com este, solicitando a sua participação ativa em toques ou em fantasias compartilhadas.
O orgasmo no coito é uma segunda fase a ser atingida e depende da harmonia e confiança do casal. O objetivo é que a mulher possa se soltar e controlar adequadamente o ritmo do estímulo clitoridiano feito pelo parceiro. Existem técnicas mais especializadas como a contração rítmica da plataforma orgásmica (músculos da vulva) que também ajudam a atingir o sucesso da relação sexual.
Por fim, aconselha-se que se faça a introdução peniana concomitantemente à manipulação do clitóris, até que apenas o movimento do pênis roçando a entrada da vagina e o complexo clitoridiano possa substituir a função manual. A concentração da mulher é de vital importância, aliada a fantasias que não devem sofrer distrações. Caso aconteça, o estímulo deve ser renovado com um ritmo mais suave até poder se chegar ao pico novamente.
A prática leva ao sucesso orgásmico, mas é inútil sem a concentração na fantasia erótica e o auto-abandono ao prazer.



terça-feira, 3 de agosto de 2010

Aos Meus Mestres, Um Resumo de sua Ópera

Masters e Johnson

 
Médico e psicóloga, ambos norte-americanos, William Howell Masters e Virginia Eshelman Johnson nasceram, respectivamente, em 1915, em Cleveland (Ohio), e em 1925, em Springfield (Montana). Constituíram-se como uma das mais importantes equipas de investigação científica e laboratorial na área da psicologia e da fisiologia do acto sexual. Masters estudou medicina na Universidade de Rochester, tendo obtido a sua especialização em ginecologia e obstetrícia, enquanto Johnson cursou Psicologia na Universidade do Missouri.
Foi em St. Louis, onde Masters foi chefe de clínica na Faculdade de Medicina da Universidade de Washington que, em 1957, Johnson se tornou associada de investigação de Masters, iniciando assim uma relação profissional (no estudo da sexualidade humana) de enorme sucesso. Noutros âmbitos foram também profundos os laços que uniram os dois investigadores, casados entre 1971 e 1993, ano em que se divorciaram (mantendo, no entanto, a colaboração profissional).
Em 1964, fundaram o Reproductive Biology Research Foundation de St. Louis e, em 1973, o Masters & Johnson Institute, também localizado em St. Louis, onde continuaram a desenvolver o seu trabalho de estudo laboratorial dos aspectos psicológicos e fisiológicos do acto sexual humano, bem como de tratamento das principais disfunções e desarmonias sexuais. Masters faleceu em 2001.
O estudos de Masters e Johnson, que tiveram sempre uma dimensão terapêutica importante e bastante bem sucedida, foram registados em várias obras, obtendo muitas delas grande sucesso comercial. De entre estas obras, destaca-se Human Sexual Response (1966), pelo seu carácter extremamente inovador no que diz respeito à observação laboratorial das reacções aos estímulos durante a actividade sexual humana e pelos métodos e equipamentos utilizados (medições de ritmos cardíacos, pressão sanguínea, etc., durante o acto sexual).
O papel desempenhado pela dupla Masters e Johnson no desenvolvimento do conhecimento científico sobre a sexualidade humana, assim como no tratamento terapêutico de problemas sexuais concretos (como a ejaculação precoce, o vaginismo, a ausência de orgasmo feminino) é de notável importância, contribuindo enormemente para a melhoria da vida sexual de muitos indivíduos, não só nos EUA como em todo o mundo.

Outras obras importantes:

1977, Human Sexual Inadequacy

1979, Homosexuality in Perspective

1982, Human Sexuality (R. C. Kolodny)

1994, Heterosexuality



ALFRED KINSEY
O cientista que só pensava naquilo
Alfred Kinsey desbravou o estudo da sexualidade. Agora sua louca vida íntima é que é alvo de pesquisa

Quando o zoólogo Alfred C. Kinsey começou a fazer do sexo uma ciência, em 1938, esse era um assunto que podia, literalmente, dar cadeia: na maioria dos Estados americanos, o sexo pré-marital ou extraconjugal, a homossexualidade e o sexo oral (mesmo no casamento) eram crimes previstos em lei e puníveis com prisão. Daí o furor com que o Relatório Kinsey (como ficou conhecido o livro Comportamento Sexual no Macho Humano) foi recebido, em 1948. A tese do cientista, amparada em milhares de entrevistas com homens e mulheres de todas as idades e camadas sociais, era a de que em matéria de sexo não existe aberração ou desvio. Existe apenas uma infinidade de práticas e preferências, que lei nenhuma é capaz de banir dos quartos conjugais, dos bancos traseiros dos automóveis ou de qualquer canto menos iluminado que se preste à intimidade. Essa curiosidade inesgotável sobre o sexo, defendia Kinsey, é simplesmente própria do "animal humano" e está além da alçada da moral. Toda a pesquisa que se seguiu à de Kinsey só fez confirmar sua visão. Sobre o próprio autor, porém, não há consenso: de gênio pioneiro da sexualidade a um manipulador que usou a ciência para arregimentar parceiros sexuais e concretizar seus fetiches, as opiniões sobre ele abarcam hoje todas as cores do espectro. E, quase meio século após sua morte, Kinsey está de novo na ordem do dia: foi objeto de duas biografias recentes – ambas cheias de revelações –, é o protagonista de um filme a ser lançado em breve (Kinsey, com Liam Neeson no papel-título) e também o tema de The Inner Circle, um curioso híbrido de fato e ficção que chegou às livrarias americanas no mês passado. Assinado por T. Coraghessan Boyle, um dos grandes nomes da nova literatura americana, The Inner Circle se vale de um narrador fictício – o jovem e influenciável John Milk, assistente direto do professor – para pintar um retrato polêmico de Kinsey: um cientista obcecado pela pureza metodológica de seu trabalho, mas também um virtuose da persuasão e um excêntrico, tanto nos assuntos do dia-a-dia como nos noturnos.
Todos os relatos concordam que Kinsey era uma figura carismática. Sempre metido em camisas estalando de tão frescas, arrematadas com gravatas-borboleta, parecia saído do banho fosse qual fosse o clima ou a hora. Assim que entrava num recinto, monopolizava as atenções. Não só por causa da cabeleira eriçada, dos olhos azuis e do porte impecável (não obstante os ombros estreitos, herança do raquitismo na infância): Kinsey era um orador habilidoso e persuasivo, a quem ninguém conseguia dizer não. Tinha ainda faro de predador para mentiras ou hipocrisias, e adorava infligir sua independência sobre seus muitos adversários. Uma de suas diversões prediletas era se pôr seminu, de suporte atlético cor da pele, para cuidar de seu magnífico jardim nas manhãs de domingo – bem no horário em que os cidadãos respeitáveis da cidadezinha em que ficava seu campus da Universidade Indiana se dirigiam à igreja. Kinsey detestava cigarros, álcool, jogos e tudo o mais que pudesse ser interpretado como frivolidade ou ataque à saúde, e era um sovina contumaz, que guardava trapos para tecer tapetes. Ao almoço, alimentava-se exclusivamente de água e de uma mistura de frutas secas, nozes e pedaços de chocolate, que ele próprio elaborava e impingia a quem dividisse a refeição com ele.
Os hábitos mais controvertidos de Kinsey, porém, eram os particulares. Casado com Clara "Mac" McMillen e pai de três filhos, aconselhava seus colaboradores a manter a aparência de probidade, a fim de não colocar sua pesquisa sob riscos desnecessários. Mas era francamente bissexual e adepto da mais absoluta liberdade. Tomava seus assistentes como amantes – a exemplo do John Milk que narra The Inner Circle –, não se importava que sua mulher se relacionasse com eles e encorajava-os a experimentar de tudo e mais um pouco. Seu inegável traço voyeurístico se manifestava não só nas entrevistas que conduzia com anônimos para sua pesquisa – reuniu 18.000 delas, compondo aquele que até hoje é o maior acervo do gênero –, mas acima de tudo na insistência com que obrigava os integrantes de seu círculo íntimo a contribuir com seu histórico sexual. Poucos anos depois de iniciar as entrevistas (na verdade, questionários com 350 perguntas sobre os mínimos detalhes da experiência sexual dos indivíduos), concluiu que elas eram insuficientes como forma de verificação e passou a promover, digamos, sessões práticas de estudo.
Se no campus de Indiana corriam rumores sobre as peculiaridades do "Doutor Sexo", o zelo com que Kinsey protegeu seu trabalho, aliado ao conservadorismo da época, evitou que esses relatos chegassem ao público – que dava a ele tratamento de celebridade nacional. Só em anos mais recentes essas preferências e suas possíveis origens vieram à tona. Kinsey fora criado por um pai puritano, e crescera torturado por seus sentimentos de culpa e vergonha – por causa da masturbação, da curiosidade nunca satisfeita e das inclinações sadomasoquistas e homossexuais (estas, segundo sua tese, existem em quase todos os indivíduos, numa escala de 0 a 6). Foi virgem até se casar com Clara, e demorou meses para consumar o casamento. Um sofrimento inútil, dizia Kinsey – daí ele ter se imposto a missão de tratar a sexualidade como um campo da ciência, divorciando-a dos ideais românticos e, principalmente, da moral.
O quanto as proclividades pessoais de Kinsey comprometeram sua pesquisa é o que seus biógrafos discutem hoje – mas o placar vem dando vitória ao cientista. Uma revisão de seus dados, na década de 70, mostrou que nada do que ele publicou em seu primeiro relatório e no ainda mais polêmico Comportamento Sexual na Fêmea Humana, de 1953, precisa ser revogado. Como conquista social, sua obra é ainda mais relevante: Kinsey ajudou a derrubar os mitos sobre o prazer da mulher (que levariam seu tiro de misericórdia com outro relatório famoso feito nos mesmos moldes, o da feminista Shere Hite, nos anos 70), defendeu a contracepção, provou que a masturbação é uma descoberta normal do ser humano e não provoca cegueira nem pêlos nas mãos, e contribuiu para tirar da homossexualidade a pecha de doença. Ventilou, enfim, assuntos sobre os quais se guardava silêncio ou que se reservavam, na melhor das hipóteses, ao divã do psicanalista (Kinsey, aliás, detestava Freud, que considerava um mistificador). Pego em cheio pela onda moralista do macarthismo, Kinsey teve suas verbas cortadas e morreu logo em seguida, em 1956, aos 62 anos, sem testemunhar a revolução sexual da década seguinte, que ele indubitavelmente ajudou a impulsionar. É fato que o professor de gravata-borboleta era uma personalidade das mais coloridas, e que seu comportamento no campus seria inaceitável pelos padrões acadêmicos de hoje. Mas uma coisa não se pode negar: foi ele quem tirou de vez o sexo do armário.

Principais publicações de Kinsey


New Species and Synonymy of American Cynipidae, in Bulletin of the American Museum of Natural History (1920).

Life Histories of American Cynipidae, in Bulletin of the American Museum of Natural History (1920).

Phylogeny of Cynipid Genera and Biological Characteristics, in Bulletin of the American Museum of Natural History (1920).

An Introduction to Biology (1926).

The Gall Wasp Genus Cynips: A Study in the Origin of Species (1930).

New Introduction to Biology (1933, revisado em 1938).

The Origin of Higher Categories in Cynips (1935).

Sexual Behavior in the Human Male (1948, reeditado em 1998).

Sexual Behavior in the Human Female (1953, reeditado em 1998).