"O amor, o conhecimento e o trabalho, são fontes de nossas vidas. Deveriam também governá-los". - Wilhelm Reich







quarta-feira, 21 de abril de 2010

Preconceito homossexual nas escolas

A grande maioria (80% a 98%) das pessoas de todas as sociedades em todo o planeta é heterossexual. Entre uma pessoa exclusivamente heterossexual e outra exclusivamente homossexual há o bissexual em diversas graduações nas suas composições. Existe uma graduação partindo de um extremo (hetero ou homossexual) para o outro, numa relação direta entre a diminuição de um e o aumento do outro.
Durante muito tempo o mundo esteve dividido em atividades masculinas e femininas, com fundamentos na biologia básica. Entretanto, excluindo maternidade, parto e amamentação - que são trabalhos exclusivamente femininos, a maioria das atividades podem ser desempenhadas tanto por homens quanto por mulheres. Sem entrar no confronto do melhor ou do maior, é importante que as diferenças de gênero sejam complementares e enriquecedoras ao ser humano.

Os hormônios masculinos e femininos podem contribuir com estas características, mas o fator cultural tem maior força. Como todos os outros, o preconceito homofóbico é cultural, pois não se nasce com ele. Não se escolhe ser homossexual, nem heterossexual.

Uma criança faz o que tem vontade, brinca com o que lhe agrada e com o que lhe faz sentir prazer. É o padrão cultural do seu entorno que qualifica se suas ações são masculinas ou femininas. O mundo foi dominado por muito tempo pelos masculinos, que acreditavam no machismo (crença de que homens são superiores às mulheres e aos diferentes). Estes preconceitos foram assimilados por seus filhos, que os praticaram com seus circundantes.

As mulheres são diferentes e complementares, mas não inferiores aos homens. Os machos sempre combateram o diferente, principalmente o homossexual. Até hoje, no Brasil, a cada dois dias um homossexual é assassinado por intolerância. Tais crimes são cometidos geralmente por machos homofóbicos. Seus filhos vão ser intolerantes com os colegas diferentes, que nem precisam ser homossexuais, por meio de bulliyng, ironias, rejeições, segregações, agressões etc. Basta que tenha modos, gosto, cor, religião, altura ou tipo corporal diferente para serem alvos de preconceitos.

O preconceito homofóbico piora com a puberdade, quando os rapazes têm "mais testosterona que cérebro". A atração física independe do racional e da educação, como são os gostos por salgados e doces. Não é necessário que se ame os homossexuais, mas como também não é preciso odiá-los. Como seres humanos, os homossexuais têm tantos direitos quanto os heterossexuais.

É com o surgimento dos hormônios sexuais que as pessoas podem ter egossintonia ou egodistonia sexual. A maioria dos seres humanos são egossintônicos sexuais, isto é, tem órgãos sexuais definidamente masculinos ou femininos e sentem atração sexual pelo sexo complementar. Os egodistônicos apresentam incompatibilidade entre a constituição física e o sentimento de atração. Na grande maioria dos homossexuais, tanto masculinos quanto femininos, é na puberdade que esta egodistonia fica bem mais evidente e muito sofrida.

Faz parte da puberdade e da adolescência uma insegurança não só quanto ao desempenho sexual, mas também quanto à sua identidade sexual. Muitos púberes masculinos tomam atitudes machistas para sua própria auto-afirmação. Uma destas atitudes é atacarem os diferentes e homossexuais. É como se pensassem: "Se eu ataco homossexuais é porque sou heterossexual". O grande engano é que não é preciso atacar nem os diferentes nem os homossexuais para ser heterossexual.

Muitos destes egodistônicos lutam contra o que sentem, justificando-se pelo corpo que têm. Esconder, omitir, rezar, negar e outras tantas ações não o impedem de continuar sentindo. É como se eles estivessem na contramão da cultura vigente. Alguns se forçam e são forçados a mostrarem-se heterossexuais.

Cabe a todos nós, professores, pais, educadores e cidadãos em geral preparar pessoas mais saudáveis, livres de preconceitos, não importa quais sejam.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Características do Ser Adolescente

• O desejo de amar, a busca ansiosa por intimidade, apaixonamento.

• A preocupação com a aparência física.

• O esforço para ser aceito e o medo de ser rejeitado.

• O arrojo, o desafio, a transgressão.

• O “Ficar”.

• O namoro.

• A masturbação torna-se mais intensa e funciona como um ensaio ao exercício da atividade genital, permitindo melhor conhecimento do corpo, suas possibilidades de prazer e liberando tensões.

• Passagem do convívio predominantemente com colegas do mesmo sexo para um processo gradual de socialização, embora busquem e se fortaleçam em grupos específicos de gênero, com a função básica da verbalização de fantasias, anseios e angústias, principalmente de conteúdo sexual. É tempo da “galera”, das amizades eternas, das confidências.

• Brincadeiras homossexuais acontecem, sem que representem uma escolha sexual definitiva.

• Na busca do encontro afetivo acontece a primeira relação sexual, chamada de SEXARCA. O local, muitas vezes, é na sua própria casa e a maioria dos adolescentes não usa qualquer forma de contracepção. Surge, então, a gravidez indesejada.

• É preciso que se proporcione ao jovem informações, que se dê oportunidade para o diálogo, que se troque afeto e, principalmente, que o adulto aja com coerência, em relação ao que se diz e ao que se faz.

• Socialmente, a adolescência termina quando o grupo social atribui ao indivíduo o status, o papel, a função dos adultos.
Bem, se observarmos estas colocações, havendo entre pais e filhos uma relação de diálogo e afeto, podemos encontrar a liberação social e sexual do adolescente.
Mas se não for bem como manda o figurino (falta de diálogo e afeto) e também principalmente um rígida educação (Repressão social e sexual), podemos encontrar um adolescente frustrado, cheio de dúvidas, fazendo tudo o que der na telha e errado, provavelmente teremos em sociedade o que podemos chamar de má conduta do indivíduo, mal elemento, um futuro problema e desastre social e de si próprio.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Em Nome de Deus – A História de Abelardo e Heloísa

Ano: 1988.
Produção: USA.
Direção: Clive Donner.

O filme em questão passa-se no século XII, onde começa a dar a existência do amor romântico. Retrata a relação a dois, onde tudo o que hoje vivemos não muda muito dos padrões de época (sexo, sociedade, religião, família...).

Ao longo do filme vai se passando a dualidade entre a devoção e o ódio pela religião. Isso sempre torna motivos para discussões entre o meio social e a família, também a criação de conflito interno no próprio ser que carrega esta “cruz”.

Quando existe uma libertação dessa devoção é como se fosse um total alívio da obrigação de satisfazer o desejo do outro e não de si. Inicia-se então a descoberta de um mundo fora dos portões da religião (pois ela de certo modo enclausura), um novo olhar coberto de maravilhas e curiosidades.

Daí em frente à busca de uma decisão futura, um próspero casamento com a liberdade, com si e com o outro que há tanto para ensinar e também aprender. Mas não somente para o bem de si, mas também para o bem da sociedade e da família, que na época era por parte dela este casamento feito de arranjo. Felicidade de quem certamente vai ganhar muito com isso: o dote.

Mas como sempre, nem na história de Romeu e Julieta a coisa deu certa, a negação por este casamento arranjado e a escolha de um amor que quase proibido floresce entre uma jovem prometida e um rapaz devoto às lições de Deus, que entre seus alunos e a igreja tinha um aprendizado regulamentado e a igreja o comandava como um fantoche.

Dualidade1: afastamento/atração em comum.

Dualidade 2: sentimento de amor/sentimento de culpa.

Dualidade 3: mente/corpo.

Completamente envolvido de dúvidas, medos e desejos. Um “ser ou não ser” bastante confuso para a mente que tem somente indicações para um só mandamento.

Como é um amor distante de desejos e o medo toma conta, o relacionamento é persistido pela moça que por determinadas situações do meio e do próprio rapaz tenta fazer com que este se apaixone.

Uma observação interessante: não conseguindo por bem, consegue-se por mal. Exibido no filme a cena em que ela destinada a ter este homem, prepara um feitiço de cheiro, que envolve a pessoa quando sente aquele odor quase impossível de não sentir.

Nota: Acredito que naquela época, ainda os feitiços independentes de boticários ou feitos pela própria pessoa com ervas, enfim, qualquer tipo de feitiço existente a pessoa era dita como bruxa e o castigo para isso não era muito agradável.

O que ao mesmo tempo este amor cai aos encantos e assim se faz jus à relação carnal, sentimentos que são brotados no âmago do ser amado, acontece que mesmo este amor ser algo desejado existe também a peste social*.

Se entregar a um amor verdadeiro? Ou perder isso para sempre e viver na solidão com um Deus não presente e um módulo social hipócrita?

Tudo e todos começam a criar ódio e intriga diante desde amor que é descoberto pelo mal social.

Pode um amor viver eterno assim? No meio de tanto rancor e ódio?

O mundo pode cair, o ódio tentar prevalecer sobre um afeto, mas frutos deste afeto podem ser criados com amor e dedicação em liberdade. Como pode, que por vingança este amor é destruído, enclausurado, castrado e morto. O corpo se perde, mas o amor sempre será lembrado, além das estrelas e longe do meio destruidor e mesquinho.

Amores como este não acabam, vivem sob a dedicação daqueles que o presenciaram, viveram e ajudaram. Amar é sentimento vivo que nunca vive em duvida de si, mas sim a dúvida existe no coração daqueles que o invejam. Olhos e corpos que desconhecem essa magia.